Sunday, December 31, 2006

Prémios Cambronne 2006

E, como não podia deixar de ser, aqui estão os prémios Cambronne 2006:


Prémio Ovelha Dolly: para Miguel Sousa Tavares, por ter conseguido clonar quase na perfeição um livro alheio.

Prémio Pauliteiros de Miranda: também para Miguel Sousa Tavares, por gostar de andar à paulada.

Prémio Irmã Lúcia: para Maya, por dizer que adivinha coisas e por gostar de se ajoelhar.

Prémio Padeira de Aljubarrota: para Simão Sabrosa e José Saramago ex-equo, por nos fazerem acreditar que Portugal é melhor que Espanha. O primeiro, por ter recusado ir jogar para o Valência; o segundo, por viver em Espanha mas continuar a opinar sobre Portugal.

Prémio Pullitzer dos Pobrezinhos: para Carlos Castro, simplesmente por ter carteira profissional de jornalista.

Prémio Loja do Cidadão: para Pinto da Costa, por os árbitros afirmarem que vão a casa dele só para tratar de assuntos pessoais.

Prémio Liga de Cavalheiros Extraordinários: para Valentim Loureiro, Pinto da Costa, Luís Filipe Vieira, José Eduardo Simões, António Fiúza, Rui Alves, etc, por tudo e mais alguma coisa.

Prémio God Save the Queen: para José Mourinho, por ser um sério candidato à sucessão da coroa britânica.

Prémio Ku Klux Klan: para Alberto João Jardim, por querer uma Madeira limpa de estrangeiros. Excepto clientes de hotéis.

Prémio Floribella: para Maria Cavaco Silva, por ter um guarda-roupa diferente.

Prémio Mário Soares: para Aníbal Cavaco Silva, por finalmente ser presidente.

Prémio Si Cariño: para Paulo Bento, por pôr mais portugueses a ouvir espanhol do que o canal Vivir.

Prémio Sherif de Nottingham: para a banca portuguesa, por roubar aos pobres para dar aos ricos.

Prémio Até que a Morte nos Separe: para Luís Figo, por festejar efusivamente um golo do Inter contra o Sporting.

Prémio Joseph Ratzinger: para George W. Bush, por, aparentamente, ter alguma coisa contra muçulmanos.

Saturday, December 30, 2006

Foi hoje executado o ditador iraquiano Saddam Hussein, a marcar um processo duvidoso e, em certos momentos, deplorável.
Primeiramente, sob o falso argumento da existência de armas químicas em território iraquiano, e uma vez mais actuando à margem do Direito Internacional, os militares norte-americanos, a mando do tal senhor que foi eleito Presidente dos EUA com menos votos do que o seu adversário, invadiram o Iraque, tomando de assalto cidade a cidade até chegar à capital Bagdade, deixando um rasto vergonhoso de destruição, sangue e desordem.
Com o seu discurso obstinado, Bush convenceu países europeus da importância daquela missão, conseguindo como aliados países como Inglaterra, França, Espanha e, imagine-se, Portugal.
Sempre sentindo-se heróis, os militares devastaram um país, que sob a mão dura e ditadora de Saddam Hussein, foi construido, à custa do suor dos iraquianos. Amordaçado ou não, torturado ou não, aquele povo edificou as suas casas, para, num "abrir e fechar de olhos", tudo ruir. Para além disso, as tropas invasoras equivocaram-se inúmeras vezes, fazendo milhares e milhares de vítimas entre a inocente população iraquiana.
Numa pura operação de "marketing" e de publicidade, os militares permitiram que as televisões mundiais captassem tudo, desde casas e tanques a irem pelos ares, até militares iraquianos já moribundos. Tudo lhes permitiram.
Ainda na linha da publicidade, os norte-americanos encenaram o resgate de uma militar norte-americana, alegadamente raptada por tropas iraquianas. Mais tarde, veio a descobrir-se que tudo não passou de uma farsa e que, na verdade, essa militar estava a ser tratada num hospital iraquiano. Péssimo, não?
Mais tarde, conseguiram concretizar o maior desejo do senhor Bush, ou seja, capturar Saddam Hussein, no fundo, aquele que durante vários anos foi o protegido dos norte-americanos. Mas o que mais chocou foram as imagens das televisões que mostraram uma pessoa a analisar o ex-ditador. De lanterna em punho, essa pessoa, não sabemos se médico, militar ou actor, remexeu na barba e examinou a boca de Saddam... Desconfio que procurava as famigeradas armas de destruição maciça.
Três anos volvidos desde a invasão, o caos está patente no Iraque, os atentados bombistas repetem-se, a crise socio-económica agrava-se a olhos vistos e o número de militares norte-americanos falecidos já ascende aos 3.ooo.
E hoje, então, Saddam foi executado, por determinação da Justiça iraquiana, sem no entanto ninguém poder dar garantias da regularidade de tal processo. Depois dos factos acima descritos, diria que a captura de Saddam Hussein foi, no mínimo, irregular. Numa verdadeira Ordem Internacional, tal não seria permitido, mas a verdade é que aquela aparenta ter pouca força para contrariar as loucuras de um homem inculto, que tem sob a sua alçada uma poderosa máquina militar.
Bush que se cuide, pois as suas semelhanças com um ditador sanguinário crescem a olhos vistos.

Efeito borboleta

Saddam Hussein foi hoje executado. Executado por, em parte, ter executado milhares de curdos e xiitas com armas químicas. Armas químicas cedidas pelo governo norte-americano. Governo norte-americano que mandou executar Saddam Hussein.

Thursday, December 28, 2006

O verborreico

Miguel Sousa Tavares, na sua habitual crónica semanal no jornal A Bola, volta a despejar os seus intestinos em forma de escrita.

Desta vez, ligando o nome do arguido Valentim Loureiro ao Benfica, pretende demonstrar que o clube da Luz é um dos motores da corrupção no futebol português. Para isso, refere a conversa telefónica entre o Major e Luís Filipe Vieira. Das outras escutas não fala, tal como não fala dos inúmeros títulos que o Benfica tem conquistado nos últimos anos por controlar a arbitragem.

Depois, tenta demonstrar a pouca importância dos jogos em que o seu clube defrontou Rio Ave e Estrela da Amadora, que constam do processo Apito Azulado. O primeiro porque era para a Taça e era em casa, e o segundo porque o Porto já era quase campeão. Pergunto-me o que aconteceria nos jogos difíceis...

Por fim, a cereja no topo, procura dar a entender que nada se passou nestes últimos anos no futebol português com um excelente argumento: a equipa do F.C. Porto está em forma e está a vencer. Queria comentar este argumento, mas não consigo. Não tenho inteligência para tal, não atinjo a complexidade da mecânica cerebral de Miguel Sousa Tavares.

Mas nem tudo são más notícias, há outra pior: o mentecapto indivíduo tem outro "livro" na forja.
Agora vai tentar clonar o "livro" de Carolina Salgado. Para isso vai manter um relacionamento íntimo com Pinto da Costa.

O alienado já comentou: " Isto vai ser fácil, pelo menos não preciso de traduzir o outro livro para português".

"E vou bem preparado para casa do Jorge Nuno. Ai, o que eu não faço pelo fóculporto!", concluiu, exibindo orgulhoso um corta-unhas, um maço de cigarros e um tubo de vaselina.

Wednesday, December 13, 2006

Que país...?

O Governo encomenda estudos a empresas privadas a que um ou outro ministro são afectos; autarcas recebem avultadas quantias em dinheiro para facilitar a aprovação de projectos imobiliários e abreviar certas burocracias; empreiteiros da construção civil prometem ou oferecem fracções autónomas em prédios a quem fechar os olhos a irregularidades do projecto ou a violações do PDM; Comandantes de Bombeiros contratam o fornecimento de material com empresas suas ou de que são sócios; um helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil é usado, em plena época de incêndios, para passeios turísticos, com direito a marisco, em troca de uma choruda soma monetária; dirigentes desportivos subornam árbitros, aliciando-os com prostitutas; a Lei da Corrupção, aprovada em 1991, é, 15 anos depois, posta em causa, duvidando-se da sua constitucionalidade; a Ministra das Finanças, em tempo de apelo à contenção e ao rigor financeiro, "esquece-se" de declarar uma moradia sua, no valor de várias centenas de milhares de euros; um vereador de uma Câmara Municipal, ao denunciar certos crimes, e "mexendo" consequentemente nos tentáculos do polvo, é violentamente espancado, a mando de um dos envolvidos nos referidos crimes; juízes, procuradores e inspectores da PJ, encarregados de um processo de corrupção e tráfico de influências, são espiados, por forma a mais tarde serem chantageados; um Presidente do Governo de uma das regiões autónomas insiste em apelar à revolta popular contra as mais altas instituições do país, recorrer ao insulto fácil e desafiar Primeiro-Ministro e Presidente da República; deputados aprovam a Lei das Reformas, mas somente quando se asseguram que não serão prejudicados por ela; certos deputados, eleitos pelo povo para o representarem, faltam recorrentemente às sessões da AR, somando mais faltas do que presenças; o Presidente de um município compra, com dinheiro do erário público, uma viatura blindada, de alta cilindrada, cujo valor ascende aos 100.000 euros.

São apenas alguns exemplos do país em que uns vivem e outros sobrevivem, uns comem e outros são comidos, não havendo nunca inversão de papéis.
Este é o país dos chicos-espertos, do paraíso da impunidade, da corrupção, da parcialidade e das influências, da ameaça e das pressões.
É o país em que mais depressa se é punido por piratear cd's de música do que por corrupção ou tráfico de influências. Alguns dirão que algo vai mal; eu digo que tudo vai pessimamente.
No fundo, o país não é de todos, mas sim dos que estão há décadas nos mesmos cargos, permitindo-se a fazer o que lhes aprouver, não temendo nada nem ninguém, desprezando a lei e ignorando os limites do bom-senso.
Em boa verdade, quem se lixa sempre é o povinho.










Está de novo na berlinda o processo do Apito Dourado/Azul (como certas pessoas gostam de se referir a este folhetim) e com este movimento vêm ao de cima processos adjacentes que estavam adormecidos. Mas não pensem que me estou a referir ao Pápa ou àquele clube de bairro da cidade do Porto, mas sim à AAC. Isso mesmo, à Académica de Coimbra(a equipa "Simpática"). Acontece que o presidente dos estudantes está a ser acusado de corrupção, tráfico de influências, etc... Nada demais para os tempos que correm. Mas julgo que ele não deve estar muito preocupado, pois como é habito dizer-se antes dos jogos da Briosa: "Ele tem a lição bem estudada" ...

Sunday, December 10, 2006

Dom flatuloso

Finalmente encontrei a prenda de Natal perfeita para quem gosta de ler (cerca de 0,1% da população portuguesa): o novo livro de Carolina Salgado, intitulado "Eu, Carolina".

Fala de casas de alterne, corrupção, espancamentos encomendados, futebol, fugas espectaculares, chantagem, etc. E com o bónus de ser a biografia de uma prostituta. Tem tudo para vender bastante em Portugal.

Nesta maravilhosa fotografia podemos ter a ideia de quão banais se tornaram os títulos para Pinto da Costa. Benfica e Sporting têm um longo caminho a percorrer até poderem usar as taças conquistadas como reservatórios para as descargas intestinais dos animais de estimação dos seus presidentes.

Por falar em descargas intestinais, aqui fica a minha citação preferida do livro, sobre Pinto da Costa:

"Tendo problemas de flatulência [...] de vez em quando descuidava-se [...] em cerimónias oficiais, levando-me a acender, de imediato, um cigarro para disfarçar o odor."


Não deixa de ser irónico que aquele que controla tudo e todos no futebol português (e, ao que parece, no próprio sistema judicial) não consiga controlar a vontade de se peidar.

Tuesday, December 05, 2006

Da Rússia com Amor


Neste filme, que conta com Nicole Kidman e Ben Chaplin nos principais papéis, conta-se a história de um empregado de banco, solteiro, sem sorte com as mulheres e com uma vida triste, que tenta mudar a sua vida "encomendando" uma noiva mais acessível da longínqua Rússia. Mas as coisas não vão resultar como ele pensa...

O jogo de hoje, que contou com Paulo Bento e seus meninos nos principais papéis, foi a história de uma equipa amorfa e sem classe que, farta de desaires internos, tentou mudar a sua vida "encomendando" um adversário mais acessível da longínqua Rússia. Mas as coisas não resultaram como eles pensavam...
Os adeptos do Sporting podem, apesar da eliminação das competições europeias, suspirar de alívio, isto porque o próximo adversário da equipa não veste de vermelho. Depois de perder com o SL Benfica em pleno Estádio de Alvalade XXI, o Sporting brindou os seus associados e simpatizantes com mais uma bela exibição, frente a uma formação equipada de vermelho... Mas afinal onde é que está a tranquilidade?

No país dos ricos

O Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia, no seguimento do seu relatório anual de 2005, considera que a habitação é a principal fonte de discriminação dos estrangeiros em Portugal.

"Os estrangeiros são obrigados a viver em garagens, no local de trabalho ou em bairros de lata dos grandes centros urbanos".

Gosto do emprego da palavra "obrigados" na frase. Só faltava mesmo culpar Portugal de ir buscar imigrantes aos seus países de origem, apontar-lhes uma arma à cabeça e dizer: "Vocês agora vêm connosco para Portugal, temos lá uns barracões lindos, muito modernos".


Continuemos com outra frase do mesmo relatório: "Um preço demasiado elevado e condições de habitação degradadas, amplificadas pela precariedade de trabalho, obrigam os imigrantes a procurarem soluções ilegais".

Sim, porque como toda a gente sabe os portugueses vivem todos em luxuosas mansões e têm todos empregos fabulosos com salários altíssimos. Adiante...


"Outros dos grupos afectados pelo problema da falta de habitação condigna são os ciganos".

Bem, isto só pode ser para rir, não é? Acho que é do senso comum que os ciganos persistem em querer viver em acampamentos ao ar livre, e os poucos que aceitam ir para um apartamento gostam de viver em agregados nunca inferiores a 10 pessoas.

Gostava, por último, de sugerir uma visita às instalações da Associação de Proprietários de Lisboa, para consultarem os registos referentes às queixas dos proprietários dos imóveis. Adivinhem lá quem são 80% dos visados. Os imigrantes ou os portugueses?

Somos mesmo xenófobos e racistas, não somos?

Ainda não foi desta

O Alentejo está em estado de alerta. Nos últimos dias têm caído centenas de árvores um pouco por toda a região.

Felizmente não se têm registado prejuízos avultados nem danos pessoais.

Ah, e o comunismo também não caiu.

Jornalismo de qualidade

No jornal "Público" pode ler-se o seguinte título de um dos artigos: "Governo pondera fechar uma das quatro universidades de Lisboa".

Lendo o artigo a fundo, com mais atenção, chegamos facilmente à conclusão que afinal o Governo pretende fundir uma dessas quatro universidades com outra.

Lendo também um dicinonário com a mesma atenção, verificamos que fechar não significa fundir, nem vice-versa.

Tentei ainda, no mesmo dicionário, procurar a definição de bom jornalismo. Não encontrei.

Monday, December 04, 2006

Considero-me um teimoso. Passo a explicar: por mais que assuma que os senhores da TVI, que comentam os jogos de um tal “futebol espectáculo”, não fazem um grande esforço para analisar os mesmos com o distanciamento e imparcialidade que se impõe e a que estão obrigados pela ética e pela vinculação ao bom jornalismo, continuo a insistir em ter a televisão ligada nessas alturas.

Assumo desde já que sou adepto do Benfica, assim como certos comentadores que se passeiam pelos corredores daquela estação de televisão deveriam assumir que têm algo contra tal clube. O que é demais parece mal e os exemplos de análises desprovidas de sentido e que contrariam o que as imagens documentam já sao inúmeros.

Desde verem somente o que lhes apetece ver, passando por dizer que uma entrada é violenta e merecedora de cartão vermelho quando o jogador nem tocou no adversário, até à desvalorização de lances inequivocamente de qualidade, de tudo esses senhores já fizeram. Já nem falo das constantes referências ao clube da Luz aquando da transmissão de jogos do FC Porto.

Há mais: é vulgar a sobrevalorização de lances desenvolvidos pela equipa portista que, apesar de banais e/ou muitas vezes inconsequentes, originam sempre comentários emocionados por parte de tais senhores. "Maravilhoso, genial, espantoso, único", são termos muito vulgares. Nada contra, desde que contextualizados convenientemente.

Neste seguimento, lanço-vos um desafio: no próximo jogo do FC Porto que a TVI transmitir, convido-vos a atentarem com rigor aos comentários. Um remate frouxo do Quaresma é imediatamente transformado num lance espectacular; um cruzamento do Pepe para a confusão na área é apelidado de “lance genial na tentativa de prosseguir com a veia goleadora” (não é preciso dizer que o rapaz marcou um só golo até agora); não, não vou continuar, não obstante haver matéria para mais.

Mas afinal qual é a ideia desses iluminados? Para enganar o povo já basta o slogan “futebol espectáculo é na TVI”…















No jogo F.C.Porto-F.C. Boavista, a contar para a a 12ª Jornada, o guardião Khadim(F.C.Boavista) não veio equipado devidamente, pois esqueceu-se do fato vermelho, barba e de ser branco. De resto, fez tudo o que lhe competia...

É caso para dizer:

"Os homens não se medem aos palmos"

Mas neste caso prefiro:

- Khadim! És grande, mas não és grande merda!!!














Cristiano Ronaldo, a jovem estrela do Manchester United, está de novo às turras com os "bifes". Tudo só porque ele persiste em fazer-se à piscina nos jogos do principal escalão inglês, sempre que um guarda-redes lhe sai aos pés. É bom que não repita a brincadeira com o BENFICA, porque senão Petit (o irascível trinco do BENFICA) esquece-se de que Ronaldo é português e seu colega na selecção nacional.

Sunday, December 03, 2006


Nada como matar a fome antes de um voo até Inglaterra...

Friday, December 01, 2006

A diagonal que não queria ser recta

O pasquim Record continua a deliciar-nos com os seus conteúdos.

Desta vez, dizem eles que fizeram as contas e que o livre de Ronny entrou a 222km/h. Curiosamente, está documentado que os livres de Roberto Carlos atingem entre 120 e 150km/h, e que as "bombas" do ex-jogador Ronald Koeman rondavam os 100km/h. Outro dado curioso é o facto de os serviços mais potentes do ténis rondarem os 200km/h.
O número 222 parece-me, não sei... exagerado? E que contas fizeram eles? Não se sabe...

O Sporting terá que ter bastante cuidado com este jogador, pois diz-se que a NASA está a caminho para averiguar se Ronny não será um alienígena de visita ao nosso planeta.



Mas este desvario não acaba por aqui. Não. Há melhor. Estão preparados para ver o Mundo com outros olhos? Sim? Então cá vai uma das belíssimas frases que acompanhava o texto de análise ao referido remate:

"...uma vez que o jogador brasileiro se encontrava descaído para a direita e a bola entrou junto ao poste mais distante, não descrevendo uma linha recta, mas sim uma diagonal".

Vou repetir: "não descrevendo uma linha recta, mas sim uma diagonal".

Pára tudo, por favor! Convoquem matemáticos, físicos, engenheiros, arquitectos, a Ana Malhoa, o Miguel Sousa Tavares (bem, este se calhar é melhor não, vai na volta ainda se lembra de dizer que uma diagonal não é recta só para ser do contra), etc. Peçam à Fátima Campos Ferreira para organizar um "prós e contras" sobre este assunto. Façam o que quiserem. Mas por favor expliquem-me isto das rectas e das diagonais como se eu fosse um jornalista do Record.


Resumindo, os" jornalistas" do Record são facciosos, ignorantes e aldrabões. Não me espantaria se amanhã viesse na capa do jornal que o Sporting tinha ganho ao Benfica por 2-0...

Tuesday, November 28, 2006

Stand up and cry

George W. Bush continua a deter o título de campeão no que diz respeito a stand up comedy.

Recentemente, informou que o exército americano se vai manter no Iraque até que esteja implantada no país "uma democracia estável".

Nossa Senhora de Felgueiras

Fátima Felgueiras soma e segue. Aos 23 crimes de que é acusada no âmbito do processo "saco azul", soma agora mais 14 relacionados com a transferência ilegal de verbas da autarquia para o Futebol Clube Felgueiras.

O seu advogado já veio a público afirmar que a honesta senhora pretende "aguardar tranquilamente a marcação do julgamento, ciente que está da sua inocência, dado não ter praticado qualquer crime".

Esqueceu-se porém, de informar que ela pretende aguardar tranquilamente, sim, mas no Brasil...

Monday, November 27, 2006

O Tribunal de Contas tornou hoje público um relatório sobre a empresa "Metro do Porto", recomendando à assembleia-geral da mesma que reapreciasse as remunerações e compensações devidas a alguns administradores não-executivos de tal empresa.

O que está em causa, principalmente, são as compensações por despesas de representação auferidas por senhores como Narciso Miranda e Valentim Loureiro, que ascendem aos 4500 euros. Que despesas são essas? São aquelas que tais indivíduos realizam nas deslocações às duas reuniões por mês a que vão?

Mais um esclarecimento: estes dois senhores, entre outros, são administradores não-executivos, i.e., estão nos quadros da dita empresa por serem autarcas, e não por terem qualificações especiais de gestão.

Este é, para mim, mais um belo exemplo de que a política e a Administração Pública são dois "lugares" pejados de senhores que visam unicamente o bem próprio, não olhando a meios para atingir os seus fins e protegendo-se uns aos outros nas suas tramóias.
Ainda há dúvidas sobre o destino dos fundos públicos...?

Thursday, November 23, 2006

E também gosto de pão

Algumas considerações sobre o tema acerca do qual as pessoas mais gostam de "considerar" em Portugal, o Benfica:

1. O pasquim Record (só se for record de estupidez) lançou um artigo intitulado "Onde páram os adeptos?", no dia seguinte ao Benfica-Copenhaga, procurando mostrar que os adeptos já não estão com a equipa, que está instalada a crise, etc, etc, etc. Em questão estava o facto de apenas 37.179 pessoas se terem deslocado ao Estádio da Luz. É uma audiência fraca, de facto. Mas fraca apenas para o Benfica! Não percebo porque é que esse mesmo pasquim não escreveu algo do género aquando do Sporting-Inter de Milão. Para quem não sabe, compareceram menos de 32.000 pessoas para ver a super equipa dos leõezinhos de oiro. Mas isso não é notícia. Só o Benfica é notícia.

2. Todos sabemos que Pinto da Costa recebeu um telefonema a ser avisado que a PJ se iria deslocar a sua casa para recolha de provas. Também todos sabemos o que aconteceu, Pinto da Costa teve uma vontade súbita de ir dar um passeio a Espanha...
No caso de José Veiga também houve um telefonema. Mas não foi para o informar de nada, coitado. Foi um telefonema para a Tvi, que correu célere para casa do ainda dirigente benfiquista. Percebe-se claramente que isto é uma forma de mostrar quem manda no futebol português, quem tem contactos com a justiça e com a imprensa. Foi uma mensagem nítida que enviaram a Veiga: "nós podemos ir a tua casa com a televisão". Fez-me lembrar uma cena do filme "O Padrinho", em que põe uma cabeça de cavalo na cama de uma das personagens.
E durante toda a semana se tentou ligar esta notícia à instituição Sport Lisboa e Benfica. Foi o regalo de jornais e televisões.
Uma coisa são as acusações contra o contador de anedotas do norte, que estão directamente relacionadas com o clube a que preside; outra são as acusações contra Veiga, que nada têm a ver com o Benfica.
E mais, este "caldinho" já vem sendo preparado há algum tempo, sempre com o intuito de tentar destabilizar o Benfica. Quantas vezes foi José Veiga, desde que começou a época, referido como "o homem forte do futebol do Benfica"? Dezenas? Centenas?
Quantas vezes foi esse epíteto atribuído a Reinaldo Teles ou a Pedro Barbosa? Mais, quantas vezes apareceu o nome desses dois senhores (e aqui uso o sentido lato da palavra em relação a Reinaldo Teles) na comunicação social? De Pedro Barbosa, que eu me lembre, menos de dez, decerto. De Reinaldo Teles, umas quantas em notícias sobre o Apito Azul/Dourado, mas nunca lhe chamaram "homem forte" de nada. Talvez de casas de prostituição.

3. E, finalmente, o novo caso "João Pinto". Recordo-me de, há uns anitos atrás, os dirigentes do Sporting andarem todos inchados por terem conseguido contratar um jogador da categoria de JP a custo zero. Recordo-me também que a imprensa, de cada vez que JP marcava um golo com a camisola verde, lembrava ao país (e bem, na minha opinião) quão burros tinham sido os dirigentes benfiquistas por terem deixado sair livremente o jogador.
Mas esqueçam tudo o que ouviram e leram. Porque agora, a mesma imprensa fala em transferência do Benfica para o Sporting. Tudo porque já se constatou que o Sporting pagou mesmo cerca de 5 milhões de euros pelo atleta. Portanto, o mais fácil é meter o nome do Benfica ao barulho, assim os dirigentes leoninos já não passam por mentirosos.

Todas estas historietas da carochinha não pegam, percebem? Só mesmo com mentecaptos ou anti-benfiquistas (o 2º maior clube de Portugal). Porque eu recuso-me a comer um prato de merda só porque mo metem à frente. Recuso-me a andar na rua com umas palas nos olhos, de cada vez que mas tentarem pôr, eu tiro-as.

Só gostava que se concretizasse um sonho que tenho há muito tempo: ver o Benfica a jogar no campeonato espanhol (e mesmo assim ser capa dos jornais e abertura das televisões portuguesas). E deixar este país de merda, com pessoas mesquinhas de merda, que não compreendem e temem tudo o que é demasiado grande, porque coisas muito grandes lhes devem fazer confusão (pelo menos pela frente), atolado na sua própria merda.

Nem imagino o que deve ter passado o Infante D. Henrique quando disse que queria descobrir e conquistar novas terras...

"Foi na bola!"

Será que vamos ter mais um comunicado do site oficial do F.C. Porto?

Acho que não. Como se vê facilmente pela imagem, Lucho tenta apenas jogar a bola.

Wednesday, November 22, 2006

Uma questão de fé

O Vaticano admite uma opinião favorável sobre o uso do preservativo em casos como os de casais em que pelo menos um membro estiver infectado com o HIV. Para discutir esse assunto, vai reunir especialistas durante 3 dias.

Mas eu já sei o que é que eles vão propor: o uso de um preservativo placebo. Vai ser um preservativo furado, que terá um efeito meramente psicológico. Só os casais que copularem com muita fé é que não serão infectados.

Uma rapidinha

Durão Barroso foi arrolado como testemunha de defesa no processo Apito Azul/Dourado, por Valentim Loureiro.

O juiz prometeu um interrogatório breve, já que o presidente da Comissão Europeia tem uma agenda muito apertada.

- Sô Tôr, sabe alguma coisa sobre o processo Apito Azul/Dourado?

-Não.

- Obrigado, pode sair.

Monday, November 20, 2006

Certamente repararam que, a mais de um mês do Natal, já as grandes superfícies comerciais se engalanavam para tal época festiva. Se às pessoas mais velhas isso já faz alguma moça, o que dizer das criancinhas que em pleno Novembro já começam a ver o velho barbudo vestido de vermelho, a acenar-lhes com prendinhas? É desta maneira que se dão passos largos para a criação de mais uma geração consumista e materialista. Nem tudo se compra...
Não querendo cair em exagero, a todos desejo uma Páscoa feliz.

Sunday, November 19, 2006

Bancos, só para me sentar

A banca portuguesa anda num desassossego. Já não bastava o Governo ter decidido alterar a vergonhosa prática dos arredondamentos das taxas de juro, como ainda quer acabar com outra linda pérola dos nossos bancos.

Para quem não sabe, para pagar juros sobre depósitos dos seus clientes, a banca conta apenas 360 dias por ano. Mas, curiosamente, para cobrar juros sobre empréstimos, os bancos já contam 365 dias. Engraçado, não?

Como diz o anúncio, também quero ser dono de um banco!

Tudo de joelhos

Uma investigadora norte-americana realizou um estudo em que concluiu que frequentar missas faz bem à saúde.

Ou esta senhora tem relações privilegiadas com a Igreja, ou eu vou morrer cedo...
Felícia Cabrita afirmou recentemente que Pinto da Costa não tem nada a ver com Valentim Loureiro... Será que devo concordar? Vejamos: ambos estão indiciados da prática de crimes de corrupção desportiva; ambos ocupam cargos influentes no mundo do futebol; um já foi presidente de um clube do Norte que ganhou por uma vez o campeonato português com uma grande "mãozinha" da arbitragem e o outro é ainda presidente de um clube do Norte que ganha campeonatos portugueses sucessivamente com essa mesma ajuda; ambos prometem e cumprem, ainda que um ofereça "fruta" aos árbitros e o outro "ofereça" os árbitros em si; ambos continuam a manchar o campeonato português de futebol, sem que ninguém os impeça. De facto, só por alucinação poderia comparar-se uma e outra personagens.

P.S. Oh Jorge Nuno, que fruta é que ofereceste desta vez?

Tuesday, November 14, 2006

Cada um dá o que tem

Pedro Mantorras afirma que os adeptos do F.C. Porto lhe atiraram moedas e o chamaram de "preto" enquanto efectuava exercícios de aquecimento no decorrer do último clássico no Dragão.

"A parte do preto ainda vá, agora as moedas é que não admito. Não se atira com moedas de 10 e de 20 cêntimos a ninguém. Essa gente do Porto é muito sovina, em Lisboa atiram-me com moedas de 1 euro!"

O arrastão

Os bens de uma das vivendas de José Veiga foram hoje arrestados. Pelo pouco que vi das imagens, diria que foram antes arrastados.

José Veiga já comentou: "Estou apenas a levar umas coisas para uma casa que tenho no Luxemburgo."

Sunday, November 12, 2006

Será que os grandes industriais estão dispostos a reduzir as emissões de CO2? Será que os accionistas dessas mesmas empresas-industrias estão interessados em reduzir os seus lucros? Será que as pessoas estão na disposição de passar a utilizar menos o seu automóvel, ao invés de o levarem para todo o lado e mais algum? Será, será, será...?

Os avisos já passaram de meras teorias, ou não tivessemos nós vindo a assistir a fenómenos atmosféricos para os quais olhamos com a mais profunda estranheza e cepticismo.
Arrisco-me a dizer que o tempo para contrariar a tendência do aquecimento global, por força da destruição/diminuição da camado do ozono, está a passar à frente dos nossos olhos e nós, incólumes, estamos a perder a oportunidade de contra ela lutar.

Quanto àqueles que mais poluem, os países industrializados, enquanto uns "atiraram areia para os olhos uns dos outros" assinando o Protocolo de Kyoto, houve outros que nem o subscreveram, como é o caso dos EUA, que, cientes do efeito negativo que aquele iria ter na economia norte-americana, preferiram continuar a "produzir" CO2 sem limites.

As perspectivas não são, de facto, famosas e, signatários ou não do Protocolo de Kyoto, os países, em uníssono, gritam uma só palavra: lucro!

Monday, November 06, 2006

Super-carro

Quem não se deparou já com veículos que ostentam orgulhosos algo como "intercooler turbo" na traseira, ou mesmo num dos lados do carro?

À primeira vista, e para um leigo no assunto como eu, podemos ser levados a pensar que o dito veículo voa ou faz piruetas sobre apenas uma roda.

Mas não... Um "intercooler turbo" não passa de uma simples peça.
Tanto alarido só por um componente do automóvel? Não percebo...

Informei-me, e descobri que o meu pequeno carrito não tem tão estranho dispositivo. Mas não quero ficar atrás desses exibicionistas, também tenho direito a algo desse género!

Já mandei fazer um autocolante a dizer "travão de mão", que vou colar na traseira do meu carro.

Julgavam que se ficavam a rir, não?

Sunday, October 29, 2006

Gostaria de transcrever, para este espaço, o comunicado daquele clube de bairro que veste de azul, tornado público após a lesão de um jogador seu, mas entendo que o fanatismo, a cegueira, o clubismo exacerbado e, acima de tudo, a escamoteação do passado recente não devem ser privilegiados ou publicitados gratuitamente por quem dá vida a estes espaços de opinião.
"Precisamente como na temporada passada, no mesmo local do terreno, no meio-campo, junto aos bancos de suplentes, o jogador que mais podia desequilibrar foi intencionalmente atingido com violência por um grego, confirmando a teoria de quem vê estes casos como manobras planeadas." Será esta teoria da conspiração mais uma manobra para desviar as atenções do processo-crime em que está envolvido esse "senhor" cujo nome me escuso a pronunciar...?
Para acentuar a desfaçatez de escrever um comunicado com tal conteúdo, teimam em alcunhar a equipa do Benfica de "violenta" e "mal-comportada", auxiliando-se, para tal argumentação, das acções disciplinares que aquela sofreu. Esquecem-se, tais mentes iluminadas, que certas sanções disciplinares foram injustas e descabidas e que nenhuma teve lugar por conduta violenta.
A mais, afirmam, em tom de ameaça, que pensam recorrer à contratação de jogadores robustos para resistir e responder à violência. A desonestidade dessas pessoas vai ao ponto de se esquecerem do seu passado muito recente. O que dizer de jogadores como Bruno Alves, que na época transacta foi expulso por cabecear Nuno Gomes? O que dizer de Jorge Costa e das suas "festinhas" e "carícias" aos adversários? O que dizer de Costinha? O que dizer de Aloísio? O que dizer do maior arruaceiro de que há memória, Paulinho Santos?
Mas, dada a influência que certas pessoas desse clube têm sobre todo o futebol português e a "fruta" fora de época que por aí anda, prevejo novos episódios e, quiçá, arbitragens duvidosas em prejuízo do clube da Luz.

Saturday, October 28, 2006

Liberdade à meia-noite

Lamento manter a humilde opinião que tenho a respeito de Miguel Sousa Tavares: é um indivíduo grosseiro, deselegante, arrogante, pretensioso, que gosta de destilar ódio contra tudo o que não concorda. O que me impede de ler qualquer um dos conjuntos de folhas a que o referido senhor chama de livros.

Não o lamento por ter vontade de os ler, mas sim porque nunca poderei comprovar com os meus próprios olhos as supostas semelhanças entre "Equador" e "Freedom at Midnight".

Se todo este imbróglio for realmente verdadeiro, provar-se-á que um dos maiores sucessos de vendas da literatura portuguesa dos últimos tempos não passa de um reles e triste plágio.

Mas para já, a única coisa que fica provada é que Miguel Sousa Tavares tem a mente de um déspota e o linguajar de uma meretriz. Nada que eu não soubesse...

Para mais informações, dar um pulinho a este blog: http://freedomtocopy.blogspot.com/. Vale mesmo a pena.




P:S. Então Miguel, agora deu-te para a violência? Não desanimes, se ficar provado que foi plágio eu prometo que compro o livro.

O "Freedom at Midnight", claro...

http://i51.photobucket.com/albums/f387/primodoveiga/24h_24102006b.jpg

Venham de lá essas palmas

Parabéns, Leo! Lembraste-te que o árbitro não gosta de palmas, e nem os golos do Benfica festejaste.

Thursday, October 26, 2006

Não percebo porque é que tanto implicam com o nosso Primeiro-Ministro, até com as contas de telefone/telemóvel já o andam a chatear. Coitado!
O que é que tem de se gastar uns milhares de euros por mês para resolver os problemas do país? Por telemóvel resolvem-se muitos problemas (e de importância capital), que o diga o Major Valentim Loureiro…

Sunday, October 22, 2006

O trabalhinho

Algures num bar de alterne no Norte do país, há cerca de 3 dias:

- Não te esqueças que na jornada a seguir a esta o Benfica vai ao Dragão. Não podemos perder em casa com eles outra vez! Vê lá o que fazes!

- Mas ó xôr Reinaldo, isso não vai ser fácil. Já estive a estudar o dossier e não há nenhum jogador em risco de ficar suspenso por acumulação de cartões. Vou ter mesmo que expulsar alguém. E as pessoas ainda se lembram daquele penalti que eu não assinalei, no estádio da Luz, na época transacta contra...

- Na época quê? Esse palavreado caro irrita-me. Fala direito, homem!

- Desculpe, na época passada. Contra a Naval. Até a minha mãezinha perguntou se eu estava tontinho!

- Não interessa! Escolhe entre o Simão, o Miccoli ou o Luisão. Pelo menos um deles não pode jogar contra nós. De preferência expulsa os três, eheh! Sabes o que tens a fazer... Ó Marlene, filha, vai com o xôr Carlos ali acima um bocadinho, minha linda.

Marketing agressivo

O Governo já tem slogan para as novas portagens:

"Pare, Scut e Pague".

Friday, October 20, 2006

Sendo eu um ser que pensa e teima em questionar o que de "anormal" se passa no quotidiano, hoje empanquei numa questão muito "sui generis". Por que razão é que a maioria dos professores universitários fala e escreve de maneira tão rebuscada que "obriga" os seus ouvintes ou leitores a servirem-se de um dicionário quando chegam a casa? Será para vincar bem a distância que os separa de nós, comuns mortais?
Nos anos de aluno de Direito que já carrego, privei de perto com algumas preciosidades do léxico utilizado por tais "iluminados". Não me esqueço de uma aula em que o Sr. Dr. lança a seguinte pérola:"Ora bem meus senhores, aqui me arvoro para vos oferecer um intróito à cadeira que me proponho leccionar. Façam o obséquio de tomar nota". Petrificados? Não?
Outras expressões há de que me recordo, tais como: "o inserto é lapidar e sintomático...com as suas célebres idiossincrasias"; "cominutivamente"; "expungir"; "excrescências"; "arremedo". Pronto, isto já vos deve ocupar por uns minutos de volta de um dicionário.
Para último, deixo a frase das frases: há quem prefira comprar "...uma camisa vulgar de malha com um crocodilo esverdeado e curvo, em forma de marmota, mordendo, sem remorsos, o suculento mamilo esquerdo do feliz portador".
Genialidade ou loucura? Fica a questão...

Thursday, October 19, 2006

O politólogo

Ah, Nuno Rogeiro! Como eu me lembro de ser ainda bem pequenito e aguardar sempre com grande ansiedade e excitação os "especiais informação" na televisão, onde tu aparecias com ares de grande entendido na matéria e nos mostravas as últimas novidades em material bélico norte-americano. Estávamos em plena Guerra do Golfo, lembras-te?

Eu, um garoto a olhar para a televisão, e tu, um homem feito, um verdadeiro animal de estúdio. Estúdio esse que dominavas por completo; era o teu pequeno feudo e tu eras o Senhor da Guerra. Enquanto eu e os meus amigos nos contentávamos em brincar às guerras com legos e playmobis, tu já brincavas com miniaturas dos aparelhos usados no Golfo. Tanques, aviões, navios, submarinos, tu tinhas tudo, meu patife! Eu tinha cavalinhos, índios e cowboys.

Lembras-te quando deste a conhecer, em exclusivo, aos portugueses a miniatura do novíssimo F117 Nighthawk? Parecias um miúdo, os teus olhos brilhavam! Tal como brilharam os meus quando recebi o Barco Pirata da Playmobil...

Mas porque raio estou eu a escrever isto, perguntas tu. Deixa-me explicar-te...

Nessa altura chamavam-te muita coisa, recordas-te? Analista, comentador, especialista em geoestratégia, etc, etc, etc. Acontece que, outro dia, ao folhear uma revista onde tu assinas uma bonita crónica, me deparei com um novo epíteto que alguém te deu (ou, quem sabe, não foste tu próprio): politólogo.

O que é um politólogo, Nuno? Como se chega até aí? Fizeste algum exame? Ou achas que é, talvez, um dom? E isso vai passar para os teus descendentes, ou morrerá contigo? Quando tiveres um tempo livre, diz-me qualquer coisa, por favor. Só a tua infinita sapiência me poderá esclarecer.

É que este menino que cresceu a ver-te, que ouviu os mais díspares nomes serem chamados à tua pessoa, sempre te conhecerá por um só: imbecil.

Sunday, October 08, 2006

Sr. Scolari, pode fazer-me o favor de convocar o Quaresma para a Selecção? E de o pôr a jogar?

É que essa será, provavelmente, a única maneira de algumas pessoas perceberam que esse mariola não tem ali lugar.

Arruaceiros na Selecção, NÃO!

Wednesday, October 04, 2006

Rui Costa, no último desafio contra o Desportivo das Aves, jogou 45 minutos. Um dia após o referido jogo, foi revelado que o atleta irá parar por cerca de 45 dias.

Ou seja, Rui Costa, por cada minuto que joga tem que parar um dia.

Julgo ter encontrado a solução para resolver este problema. Rui Costa só deverá jogar seis minutos por partida. Assim, terá seis dias para parar e poderá sempre estar apto para o próximo jogo.

Tuesday, October 03, 2006

Para aqueles que acham que António Lobo Antunes é um homem sorumbático e sem graça, deixo aqui esta frase retirada de um dos seus livros:

"Gosto de Virginia Woolf, não tanto pelos livros mas porque ouvia os passarinhos cantarem em grego, eles que normalmente, como toda a gente sabe, usam o egípcio quando em liberdade e o latim nos poleiros."
Belmiro de Azevedo é uma das pessoas mais ricas de Portugal, e também uma das mais admiradas. Empreendedor, líder nato, astuto, trabalhador, são algumas das qualidades que lhe são atribuídas.

Com o simples anúncio da "sua" OPA sobre a PT, teve lucros astronómicos. Sim, é mesmo verdade, só pelo simples facto de ter dito que pretendia adquirir o controlo da maior empresa portuguesa, embolsou milhões. É que para além de as acções da Sonae, empresa da qual é presidente, terem vindo a subir mês após mês, também as da PT registam a mesma tendência. E o Sr. Belmiro tem cerca de 5% da telecomunicadora. É só fazer contas...

Faz lembrar os clubes de futebol, que lançam notícias falsas de hipotéticos interesses de grandes clubes nos seus jogadores, só para valorizarem os passes dos mesmos.

A isso chama-se especulação bolsista. Não é preciso ser-se muito inteligente para a fazer, basta ter meios.

É graças a senhores como este que o país está como está.

Sr. Belmiro, faça-me um favor: pegue no Continente e vá para a Madeira.

Monday, October 02, 2006

Hoje é um dia bastante afortunado para o futebol português. O Major arguido deixou de ser o Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Estou profundamente convicto que o futebol vai libertar-se das trevas em que se encontrava mergulhado há tanto tempo; que dias mais solarengos virão; que o clima de desconfiança acabará; que deixará de ser possível oferecer prostitutas, viagens e relógios aos árbitros; que o público vai regressar aos estádios; que eu próprio, quando me dirigir ao estádio, vou passar a ver rutilantes colibris sorvendo delicadamente o néctar de hibiscos em flor; que...

Hmm? O quê? Ahhh... Pois... Sim, com certeza. Desculpe.

O Major Valentim Loureiro é o novo Presidente da Mesa de Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Desculpem lá, entusiasmei-me. Vou tentar que não se repita.

Ainda não é desta que vou ver colibris...

Friday, September 29, 2006

Há episódios que teimam em não sair da minha memória. Sobre um deles, já pesa uma semana, mas a gravidade do mesmo faz com que se mantenha fresco na lembrança de quem se revolta com a "sujidade" do país. Veio a público que um inspector da PJ terá informado o Sr. Nuno Pinto da Costa de que a sua habitação ia ser alvo de uma busca. Curiosamente, o Sr. Nuno Pinto da Costa esteve ausente quando tal busca teve lugar. Diz-se que esteve na Galiza. Oportuno, não é?
Depois ainda temos a desfaçatez de nos admirarmos que os processos judiciais em Portugal demoram anos a conhecer a sentença e que muitos dão em arquivamento. Se cada arguido for avisado por um inspector da PJ de que vai ter a sua casa a ser remexida, em busca de indícios ou provas, não tarda as investigações estão transformadas no jogo do "gato e do rato".
Vivemos no país da vassalagem e das "amizades" e só assim se justifica que pessoas como o Sr. Nuno Pinto da Costa ou a Sra. Fátima Felgueiras ou o Sr. Valentim Loureiro continuem impunes. Afinal já dizia o brocardo, "o crime compensa".

Wednesday, September 27, 2006

O F.C. Porto B, que esta época joga num estádio em Leiria, já vai em três jogos seguidos em que é escandalosamente beneficiado. Ele é golos mal anulados aos adversários, penaltis inventados a seu favor, expulsões em demasia de jogadores das outras equipas, agressões cometidas pelos seus atletas que passam incólumes, etc., etc.
Apenas no primeiro jogo do campeonato não se registou nenhuma má decisão a seu favor. Sim, adivinharam contra quem foi.

Mas ainda assim, parece-me que vamos ter esta excelente equipa a bater-se pelo título conjuntamente com o clube-mãe.

Será que o atento pupilo suplantará o mestre?

Quem sai aos seus…
Aníbal Silva encontrou-se hoje com a família real espanhola, tendo trocado um aperto de mão e alguns olhares lascivos com a princesa Letizia. Logo a seguir a este encontro, foi anunciado ao reino que a princesa estava novamente grávida.

Coincidência? Não me parece. Aníbal Silva pode muito bem ser o pai da criança, que a ser rapaz se tornará o próximo rei de Espanha.

Poderemos finalmente vingar a dinastia filipina. Bravo, professor!
Hoje, uma notícia do jornal “Público” informava do seguinte: “Norte-americana acusada de matar amiga e um feto diz que afogou crianças”.

Confesso que a primeira parte do título não me impressionou muito, é sabida a propensão dos americanos para matar pessoas, ainda que sejam seus amigos.

A segunda parte também não me comoveu por aí além, já vi bastantes filmes de terror e de ficção científica, e um feto assassino não é algo assim tão transcendental.

O que me perturbou bastante neste título, é o facto de a senhorita Andreia Sanches, que se deve auto-intitular de jornalista, não saber escrever.

Monday, September 25, 2006

O mediatismo que persiste em ser concedido a Miguel Sousa Tavares começa a raiar a insensatez.

Já não bastava o facto de a Tvi ter decidido avançar para a produção de uma série baseada no livro (desculpem-me os que, de facto, apreciam livros) "Equador", como também se fala em novo referendo sobre o aborto.

É que por mais que esse senhor me provoque náuseas, não esperem que me vá dar ao trabalho de sair de casa só para pôr uma cruz num papelinho a indicar que sou contra ele.

Sunday, September 24, 2006

O Conclave

É caricato ver um acontecimento que começa a ser sazonal: o Conclave dos Ricos, Poderosos e Intelectuais do nosso país tentando zelar e orientar os "melhores interesses" deste país.
É vê-los a chegar nos seus automóveis de luxo, fatos Armani, etc... e começar a descrever e a demonstrar as necessidades do " Zé Povinho" e que mais medidas "de apertar o cinto" é que terão de ser tomadas (sem que elas os belisquem o mínimo que seja).
No final, o único fumo que se vê a sair do “Conclave” é só dos MonteCristos ou dos Cohibas a acompanhar os uísques + 30 anos. Ah! Já me esquecia! A conclusão? As medidas a tomar para o nosso país enveredar por uma retoma convincente e consistente?
São estas:
– É imperativo mandar 200000 funcionários públicos para a rua, ok, eu não vou muito à bola com eles, mas 200000!!!!!????? Quem teve inicialmente essa ideia deve ter sido muito mal atendido numa secção regional da segurança social (quiçá esperado tempo demais na fila) ou se calhar deve ter pago IRS, do salário mínimo que declara?
Outra medida, a total descrença no fundo de pensões, para depois aconselhar o nosso “Zé povinho” a subscrever PPRs (quando este vê-se à rasca para pagar as contas da luz, água, etc…). Qualquer relação que a maior parte destes senhores,que aconselham a subscrição de aplicações financeiras no privado, estejam ligados à banca é pura coincidência.
Parece-me obvio que estes senhores estão sedentos de poder político, pois o alvo deste Conclave não foi a crise económica mas sim o Estado Português. E para quando medidas para a recessão? Já que estes senhores estão com sede politica, eu sacio-os com a minha medida: e que tal criarem um país (com a taxa de desemprego a 0% e sem funcionários públicos a aumentar a despesa pública) para eles próprios governarem? -Talvez as Berlengas…

Saturday, September 23, 2006

Mais uma conversa que foi apanhada pelas famosas escutas da PJ:

- Sabes quem são aqueles gajos que roubam tudo e todos, que levam os árbitros a restaurantes e a bordéis, que lhes pagam viagens e relógios, que os convidam para tomar café nas suas casas em véspera de jogos importantes, que os ajudam a subir na carreira, que se riem da Justiça (ou falta dela), que têm o cúmulo de dizer que Deus não dorme, e que continuam à solta? Hmm, sabes? À solta, mas mesmo à solta, sabes? Hmm?

- Sei...

- Então e não fazes nada?


De facto os ditos indivíduos continuam à solta, mas mesmo assim acho que deviam ter mais liberdade.

Wednesday, September 20, 2006

Depois da campanha lançada pelas televisões, que visava alertar as pessoas para o perigo do “violento” furacão que se aproximava dos Açores, chegou até nós este testemunho impressionante de um sobrevivente:

Acordo na praia sem saber onde estou. Lembro-me apenas de estar a passear nos Açores, e depois um grande vazio. Vejo pessoas que mal sabem falar, elas tentam comunicar comigo mas não as compreendo. Consigo distinguir alguns sons que me lembram a língua portuguesa, mas pode ser confusão da minha cabeça. Devem ter sofrido embates de tal forma violentos, que perderam a memória.

Desloco-me para o que me parece ser uma cidade. Vejo homens de outra raça, altos e loiros, a levarem crianças pela mão, a entrarem com elas em automóveis ou em hotéis. Estranho, mas não posso perder muito tempo a pensar nisso, tenho que entender o que aconteceu.
Tento descobrir as forças da lei para me prestarem algum auxílio. Descubro outra coisa, que ali não há lei, há uma ditadura. Um homem apenas controla o local. Como sempre acontece a seguir às grandes catástrofes, os indivíduos mais fortes ganham protagonismo e poder, sobrepondo-se aos mais fracos. Mas mais fortes não significa necessariamente mais honestos.
Procuro chegar à fala com esse homem, o que se revela bastante fácil. Basta-me procurar a maior casa daquele estranho lugar. Uma casa onde há sempre boa comida e animadas festas.

Por fim, estou ali. A grotesca criatura encontra-se espojada num grande sofá, apenas de tanga, enquanto come pequenos peixes vivos. Num piscar de olhos vem-me à memória o nojento Jabba The Hut, personagem da Guerra das Estrelas. Dezenas de servos cirandam por ali, apajando o melhor que podem o seu amo. Um pouco a medo, esboço um tímido sorriso quando percebo que há uma longa fila de pessoas que aguardam pacatamente a sua vez, apenas para lhe lamberem os pés. Estranho ritual…

Com um aceno repleto de desprezo, ele manda-me aproximar. Consigo sentir o seu bafo a álcool e peixe.
Conto-lhe a minha pequena história, que estava a passar uns dias nos Açores e que depois do furacão não me lembro de mais nada. Peço-lhe que me ajude a sair dali.
Depois de uma horrível gargalhada do seu próprio tamanho, ele diz que consegue pôr-me no próximo avião. Mas vai custar-me caro.
Desesperado, aceito o exorbitante preço que ele me cobra por um simples bilhete, pois compreendo que sem o consentimento daquele homem nada sai ou entra naquele lugar.
Com um rugido, chama dois capangas que me metem num jipe e me levam para o aeroporto. A minha saga está a chegar ao fim.

Durante o curto percurso de jipe, com o olhar perdido na linha do mar, não posso deixar de reparar numa simples placa que anuncia para quem a quer ver: “Funchal”.

Sunday, September 17, 2006

Ao visionar um jogo entre o União da Madeira e o Benfica, no canal Memória, dei por mim enternecido a ver as diabruras de Chico Nelo, médio da equipa insular. Nem prestei grande atenção a Rui Costa, Isaías, Mozer e companhia. Não, apenas Chico Nelo ocupava a minha atenção.

Onde andará agora Chico Nelo? Calçará meia branca com sapato de verniz? Gostará de bifinhos de perú com cogumelos?

Há pessoas assim, que passam tão rápido pela nossa vida que nós nem nos apercebemos quem elas realmente são.

Força nisso, Chico! Onde quer que estejas.
Vi ontem uma reportagem na televisão sobre o Clube do Escape Livre.

Sim, leram bem: "Escape Livre".

A reportagem dava a entender que era um grupo de indivíduos ligados, de uma ou outra forma, ao automobilismo. Mas a mim não me enganam! Aquilo é um grupo de homens que não usam cuecas nem boxers.

Parabéns pela coragem de darem a cara. Mas por favor, não tirem as calças ao pé de mim.
Uma questão de perspectivas

Já diz o povinho que "a vingança tarda mas aparece", ou que o "feitiço se virou contra o feiticeiro", ou, em português corriqueiro, "oh Bento, lixaram-te!". Na jornada passada, o Sr. Treinador Adjunto do Sporting Clube de Portugal, Paulo Bento portanto, teve o arrojo de dizer que o lance que originou o golo da sua equipa não foi precedido de qualquer falta... Hmm... São pontos de vista... Se calhar, da perspectiva que ele teve da jogada, não viu irregularidade nenhuma.
Pois bem, ontem, em pleno Estádio Alvalade XXI, o Paços de Ferreira "pregou" uma partida à equipa da casa, marcando um golo de belo efeito. Aquilo é que é um golo mágico.
Paulo Bento, na conferência de imprensa posterior ao jogo, exaltado, referiu que, com a mão, joga-se andebol, basquetebol ou voleibol. "Oh Paulo, então e na semana passada? Não foi uma amostra de rugby...? Ai essa memória curta..."
Não entendo que perspectiva é que ele teve do lance. Nem eu que estava no sofá, nem Ronny, que marcou o golo, fomos capazes de dizer que foi com a mão. "Mas qual mão, pah?! Foi gráçás à Deus!"

Thursday, September 14, 2006

Ah, o Luís! Tanta coisa que há para dizer do Luís.

Como por exemplo, que o Luís quando era mais moço, coitado, assinou um contrato por duas equipas italianas. Porque a segunda lhe pagava mais que a primeira. E porque para o Luís, o simples facto de ter assinado um contrato não queria dizer nada...

Como por exemplo, que os jornalistas desportivos portugueses gostam de lamber os testículos do Luís.

Como por exemplo, que o Luís, chamado então de Príncipe de Barcelona e capitão do histórico clube com o mesmo nome, se mudou subitamente para o eterno rival Real Madrid. Por mais algumas pesetas, claro...

Como por exemplo, que os jornalistas desportivos portugueses gostam de acariciar o pénis do Luís.

Como por exemplo, que o Luís, já mais velhote, decidiu não efectuar os jogos de apuramento para o Mundial 2006. A rapaziada mais nova que tratasse disso, ele aparecia depois para comandar as tropas na Alemanha.

Como por exemplo, que os jornalistas portugueses lutam bravamente entre eles por um perdigoto saído da santificada boca do Luís.

Como por exemplo, que o Luís regressará para jogar no Sporting, quando o Ronaldinho assinar pelo Tourizense.

As lojistas

Há muito tempo que tinha esta ideia, mas de uma maneira ou outra, ainda não a tinha baptizado. Só há pouco tempo, à conversa com um amigo (durante uma breve apreciação nocturna a esta espécie) é que dei o devido baptismo."Mas o quê?", perguntam vocês.
As lojistas!É uma espécie que deambula subtilmente por entre os comuns mortais (tal como nós) mas que se regem e se cingem por objectivos diferentes dos nossos.Normalmente têm idades compreendidas entre os 18 (idade legal para começar a laborar) até (em casos muito crónicos) aos 35-40 anos. Maioritariamente provêm dos subúrbios ou mesmo dos arredores das grandes cidades.
No início começam só a trabalhar nas lojinhas em part-time, para não dependerem exclusivamente da parca mesada de pais da classe trabalhadora, mas rapidamente começam a gostar do sabor do “guito” e dos pseudo-luxos que ele traz (iludindo-as a ascender a um status superior ao real). Nesse momento é que se dá a emancipação de uma simples rapariguinha suburbana para uma verdadeira lojista de shopping. Uma das transformações que a lojista sofre é a passagem de um simples part-time para um full-time, retirando a prioridade à prossecução dos estudos ou pondo-os de parte por completo, para a dedicação total à vida de logista.
E é aí que começam os esquemas, peripécias e as manhas em torno do seu principal objectivo:A caça de um gajo com dinheiro, pura e simplesmente.
Esse objectivo é levado muito a sério pela lojista, pois a presa em questão poderá equivaler-lhe a 5 números e 2 estrelas correctas num bilhete do Euromilhões.Devido ao seu horário laboral, a lojista só pode “caçar” ao fim-de-semana ou nas vésperas de folgas. A lojista nunca chega atrasada nem tão pouco falta a um dia de trabalho, pois não se pode dar ao luxo de perder dinheiro para os seus principais gastos: bijutaria, roupinhas da moda, telemóveis da ultima geração (que trazem incorporados um conjunto de novas funções espectaculares mas que ela ainda não sabe bem para o que é que servem), óculos de sol “fashion”, aliás, à futebolista, etc….
Regra geral, o seu território de caça situa-se nas discotecas ou pubs pseudo-“in”, isto é, “da moda”. É nesses locais que também deambulam as suas presas. O seu primordial “target” são os meninos bem. Os meninos bem trazem como garantia o dinheiro e nome dos pais, algo que a lojista deseja ardentemente. Mas a lojista tem tanto de gananciosa como de estúpida, pois normalmente os meninos bem ou são menaços pé-rapados (disfarçados de meninos bem) ou são, de facto, meninos bem (mas nada otários). Nisto os menaços pé-rapados são muito parecidos com as lojistas, dão ares daquilo que não são. No fundo, no fundo, os menaços pé-rapados querem é copular desalmadamente. O menino bem lá manda a dele para não ficar com a fama de que é homossexual, pois a lojista não aceita uma nega e é venenosamente vingativa (pondo na lama quem prejudicar os seus planos).
Quando a lojista encontra estas duas estirpes, os planos normalmente saem-lhe furados, porque depois de uma noite de discoteca animada e prometedora, levando a uma rapidinha no melhor sítio que se puder arranjar, a lojista, no final, só leva em troca: “Não me telefones, eu depois ligo-te”. Aí, ou ela persegue o menino bem (quando o é na realidade) até à exaustão, chegando a pontos de total perca de amor-próprio e imaturidade ou tenta apagar da sua memória o investimento infrutífero com o menaço pé-rapado. Este por sua vez, sempre que a encontra tenta novamente a sua sorte, mas sem sucesso, pois ele não se coaduna com as pretensões da lojista.
Com o avançar da idade, a lojista resigna-se de que nunca irá atingir o seu El-Dorado e começa a pensar:- Mais vale um pássaro na mão que dois a voar!
Então, começa a ver com outros olhos outro “target” - os Totós e os menaços pé-rapados. Com os menaços pé-rapadados a lojista já sabe o que é que a casa gasta, mas com os totós a conversa já é outra. Elas já os conhecem de ginjeira, são os tipos na discoteca que estão sempre com o mesmo copo durante toda a noite (para não ultrapassarem o consumo mínimo obrigatório) e que se babam a ver as gajas da “Disconight”. O totó é um falhado e virgem até idade avançada, não os tendo no sítio para abordar alguém do sexo feminino. Para a lojista, é uma presa fácil, tendo a vantagem de o puder manipular a 300%, pois o totó tem a lojista como uma deusa e teme afugentá-la caso não lhe faça as vontadinhas.
O totó só consegue descortinar a realidade da lojista quando já é tarde; quando ela engravida e o obriga ao consequente casório ou mesmo quando ela já o espremeu até ao limite e o troca por outro totó mais endinheirado. No caso de final feliz com o totó, a lojista prossegue a sua vidinha tendo a sua ninhada de rebentos e visitando o seu local de culto ao fim-de-semana (o shopping), pois a partir do momento em que se casa ela deixa de trabalhar para depender completamente do totó.
Mas nem tudo é desgraça! Existem as que realmente sacam as presas endinheiradas, há tanto tempo perseguidas. Aí têm o que sempre quiseram, dinheiro, roupas, jóias, carros, etc… Tudo, obviamente, à conta da presa. Quando vão anunciar as suas pretensões aos progenitores, a cena é repetitiva de norte a sul, de este a oeste, por onde haja lojas.
- Pai, mãe, vou-me casar!- Mas tu não nos tinhas dito que tinhas noivo!!!!!- Pois é, é recente e estou muito feliz.- Então se tu estás feliz, não nos oporemos. Mas diz-me, ele respeita-te e trata-te bem?- Sim sim, papá. Ele dá-me muitas jóias e paga-me muitos jantares em sítios finos….

Wednesday, September 13, 2006

Senhor Engenheiro Fernando Santos, julgo que se esqueceu de uma caixa de fósforos na Grécia.

Não quer ir lá buscá-la?

Salvo pelas providências

Parece que pegou moda isto das providências cautelares, desde evitar os encerramentos das maternidades do interior até a ilibar equipas de futebol profissional de claras ilegalidades.
Parece-me que o português arranjou um escape às suas (ir)responsabilidades, isto é, para não admitir as suas culpas e asneiras (de modo a não ser penalizado e castigado).
Qualquer dia, já nem um desgraçado de um GNR pode passar uma multita por excesso de velocidade a um infractor que, por exemplo, conduza a 190km/h (sendo o máximo permitido 70 km/h). Obviamente, como bom português que é, tenta-se escapar com o habitual rol de argumentos de quem não quer pagar a multa: “ia distraído, não reparei no velocímetro”, “o que ia à minha frente ia mais rápido, porque é que me mandaram parar e a ele não, já não há justiça neste pais ”, etc…
Quando vê os seus argumentos esgotados e gorados, eis que o ilustre condutor joga o seu JOKER:
- Aí é? Então fique sentadinho à espera que eu pague a multa! Meto-lhe já uma providência cautelar!
Parece-me que com o crescimento exponencial das providências cautelares, o sistema judicial português (ao invés de ter dois meses de férias) terá que meter licença sabática.

Tuesday, September 12, 2006

Reconheço que tenho sido injusto para com Paulo Bento, ao chamar-lhe várias vezes treinador do Sporting. É uma injúria grave e deveria ter tido mais benevolência para com ele. Mas estava de facto convencido que ele era mesmo o treinador.
Verifiquei hoje que não, pois na ficha do jogo para a Champions, aparecia um indivíduo de nome Carlos Pereira como o ocupante de tal cargo. Apresento mais uma vez as minhas desculpas ao Paulo Bento.

Só não percebo porque é que ele falou na conferência de imprensa que sucedeu o jogo. Se não é o treinador...

É que além de um tradutor de inglês para os jornalistas italianos, também teve que estar presente um tradutor de português para os nossos jornalistas.
Ramiro folheava despreocupadamente o jornal, enquanto Albano e Tibério, que eram irmãos, observavam as raparigas que passavam enquanto bebiam, respectivamente, uma água e um café. Albano, mais afoito, lançava comentários jocosos entre dois arrotos. Tudo perante o olhar complacente de Tibério, sempre fora mais reservado, que ria baixinho.

Indiferente a tudo isto, Ramiro prosseguia atento ao jornal. Chegara à parte dos famosos anúncios, onde raparigas que não davam a cara ofereciam os seus préstimos, enquanto tentavam fazer uma sucinta descrição de si mesmas. “Boquinha de veludo”, “bundinha gostosa!”, “oral divinal” e por aí fora. Aquele jornal era, de facto, um verdadeiro manancial de cultura.
Estava já prestes a fechar as páginas do dito pasquim quando, de súbito, algo lhe chamou a atenção. Havia ali novidades. Agora, até travestis anunciavam os seus “serviços” no jornal! Ramiro sentiu-se indignado, viviam numa pequena vila e não podiam permitir isto. Uma coisa era permitir que as moças tivessem publicidade, outra era permitir o mesmo a travestis!

Lembrou-se, com uma lágrima no canto do olho, do dia em que fez 18 anos e o levaram a casa de Madame Rosalina. Como esquecer aquela data? Estavam lá todos: o pai, os tios, os primos, os amigos, e até mesmo o seu avô, a quem o reumatismo parecia ter passado enquanto acolhia no colo uma das meninas de Madame Rosalina.
Ou como esquecer o momento em que Albano, mais novo mas mais sabido, corria nu pelo bordel atrás das meninas, que soltavam gritinhos assustados mas alegres, intercalados com os ruidosos arrotos, já nessa altura uma imagem de marca, do seu perseguidor.

Albano na altura tinha 16 anos mas era já um habitué daquela casa, que frequentava desde os 10. O jovem era considerado um prodígio de toda a região. Tudo começara quando, com apenas 4 anos, fora apanhado a tentar sodomizar Gabi, a gata da família. Mesmo com a cara repleta de cortes, das afiadas garras do animal, o pequenito Albano tinha desistido. Fora preciso o seu pai segurá-lo.
Conta-se, em jeito de lenda, como quando apenas um ano mais tarde, foram dar com Albano no galinheiro da casa a “brincar” com as galinhas. Albano chegou mesmo a matar uma raposa incauta, que se tinha aproximado ao ver a portinhola aberta, à paulada. Queria as galinhas só para ele. Inácio, o galo, despeitado com a audácia e virilidade do petiz, abandonou o galinheiro e nunca mais foi visto. Ah, e as galinhas deixaram de pôr ovos.

Mais tarde, já com oito anitos, Albano queria experimentar com mulheres, estava farto da bicharada. Ainda pensou na sua prima Ivone, mas depressa desistiu. Ela, com cerca de 10 anos, já tinha mais pêlos que o burro Crespim.
Pediu então a seu pai para o levar a casa de Madame Rosalina. O pai recusou-me. Era uma tradição familiar, sim senhor, mas ainda faltavam 10 anos. Albano não esmoreceu. Nessa mesma noite fugiu para Espanha, por onde andou a monte mais de um mês, percorrendo todos os bares de alterne da zona. O seu pai só conseguiu encontrá-lo porque seguiu o peculiar rasto que o filho deixava. Por onde quer que Albano passasse, a casa fechava. As moças ficavam em tal estado, que não conseguiam receber mais clientes durante vários dias. Ainda hoje, quem vai a Espanha e fala em Albano, ouve sempre a mesma resposta: “Uiii, Madre de Diós, desde los ocho!”

Ramiro limpou a lágrima e regressou à dura realidade. Tinha que ser feita alguma coisa. Travestis, não!
Falou com os dois irmãos e expressou-lhes o seu repúdio pela situação. Albano não se mostrou minimamente perturbado e, ao mesmo tempo que apalpava as nalgas à empregada do café, soltou: - Melhor, mais fica! Eheh!
Tibério, mais novo e mais reservado, encolheu o queixo e não disse nada. Dali não viria auxílio.

Ramiro lembrou-se então de uma coisa, ia telefonar pessoalmente a todos os travestis que estavam naquelas folhas repulsivas e dizer-lhe o que pensava deles. Pegou no telemóvel e marcou o primeiro número que lhe apareceu à frente. Vais ouvir poucas e boas!
Por coincidência, outro telemóvel começara a tocar ali perto. Era o de Tibério.
Com um esgar de horror, Ramiro viu-o atender e dizer Estou sim?

Foi precisamente a frase e o tom de voz que o saudaram do outro lado da linha...
Nostradamus

Paulo Bento vai hoje perceber que "Zlatan" não significa "boa noite" em jugoslavo.

Monday, September 11, 2006

O apito ainda não apitou…

Voltámos à emoção da Primeira Liga e às cenas e equívocos do costume, curiosamente com os intervenientes da “praxe”.
No Sábado, em fim de tarde, eis que Liédson começou a espalhar a sua magia teatral. É tal a perfeição com que ele interpreta os seus números que julguei estar a ver o filme “The Matrix”. Mas não…Este filme é outro. Liédson tem a sua panóplia de encenações, não imitando ninguém. E nem se desvia de balas. Aliás, ao certo, ainda não percebi do que se desvia. Talvez do ar… Mas lá tem o seu mérito, ou não “caiam” sempre os árbitros nas mesmas cenas. Chega de falar deste actor porque ele não me pagou para lhe fazer publicidade (quando me ia entregar o cheque atirou-se para o chão e deu-me pena).
Ainda no mesmo jogo, Nani, que também já aprendeu qualquer coisa com o mestre Liédson, deu um “pequeno encosto” em Ávalos, atirando-o para o relvado (tenha-se em atenção a compleição física do argentino), nascendo desse lance o golo solitário do Sporting. Não há maneira possível de dizer que o golo é “limpo”. Perdão…Haver até há, ou não fosse Paulo Bento o treinador dos de verde. “Um bom lance defensivo, em que não há qualquer falta”. E depois ainda vem pedir transparência no futebol português. Se nem numa simples análise ao jogo o senhor Paulo Bento consegue ser transparente e honesto, como é que pode pedir o que quer que seja…?
Mudando de jogo, damos um salto até ao Bessa Século XXI e somos brindados por uma bela arbitragem do senhor João Ferreira, o tal que Luís Filipe Vieira “escolheu” para um jogo da Taça. A “fruta” desta vez deve ter sido da boa, senão veja-se: Lucas e Nuno Gomes desentendem-se, dando uma turras um no outro, em sinal de carinho claro está, e só o jogador do Benfica é que é admoestado com cartão amarelo; Ricardo Silva, um central que sempre nos brindou com o seu “fair-play” inabalável, deveria ter sido expulso por acumulação de amarelos, depois de rasteirar Nuno Gomes em jogada perigosa de ataque. Jogar contra 10 não é o mesmo que jogar contra 11 (doutra maneira o Boavista não teria “goleado”); por fim, mais um equívoco do árbitro, expulsando Manú com vermelho directo, quando na verdade houve simulação de Lucas.
Ou seja, tudo está igual a anos anteriores, pairando no ar o fantasma de Dias da Cunha e das suas investidas passivas sobre o “sistema” e estando bem viva a presença do Major. O apito vai apitar!

Friday, September 08, 2006

Pesadelo…?

São 4h da manhã e suo em bica. O sonho, ou melhor, o pesadelo nunca foi tão real. Ainda estou confuso, mas não me sai da cabeça o que seria se tal se transformasse em realidade.

Sonhei que, num lugar longínquo, estudava Direito numa universidade pública. O panorama não podia ser pior e assim vai ser a descrição: alguns professores eram recém-licenciados; outros, os mais velhos, eram autênticas carcaças andantes que só se deslocavam à faculdade para atormentar as "pequenas" e cansadas cabeças dos seus discípulos pelas últimas vezes; as pautas eram pintadas por uma imensidão de notas situadas abaixo do 6, em que sobressaíam os 14 e 15 dos alunos cujos últimos nomes eram homónimos de notáveis da faculdade; alguns alunos curvavam-se perante a passagem dos professores, em sinal de respeito ou de bajulação; as raparigas, estranhamente, usavam “decotes decotadíssimos” em dias de exames orais; não poucos alunos saíam, consecutivamente, de uma sala, de cara lavada em lágrimas, perante um sorriso cínico do professor.

No fundo, pareceu-me que vivi por momentos num mundo surreal, em que reina a infelicidade e a depressão de uns, contrastando com a felicidade, frieza e cinismo de outros. Mas suspiro… pois tudo não passou de um fruto da minha imaginação.