Friday, September 29, 2006

Há episódios que teimam em não sair da minha memória. Sobre um deles, já pesa uma semana, mas a gravidade do mesmo faz com que se mantenha fresco na lembrança de quem se revolta com a "sujidade" do país. Veio a público que um inspector da PJ terá informado o Sr. Nuno Pinto da Costa de que a sua habitação ia ser alvo de uma busca. Curiosamente, o Sr. Nuno Pinto da Costa esteve ausente quando tal busca teve lugar. Diz-se que esteve na Galiza. Oportuno, não é?
Depois ainda temos a desfaçatez de nos admirarmos que os processos judiciais em Portugal demoram anos a conhecer a sentença e que muitos dão em arquivamento. Se cada arguido for avisado por um inspector da PJ de que vai ter a sua casa a ser remexida, em busca de indícios ou provas, não tarda as investigações estão transformadas no jogo do "gato e do rato".
Vivemos no país da vassalagem e das "amizades" e só assim se justifica que pessoas como o Sr. Nuno Pinto da Costa ou a Sra. Fátima Felgueiras ou o Sr. Valentim Loureiro continuem impunes. Afinal já dizia o brocardo, "o crime compensa".

Wednesday, September 27, 2006

O F.C. Porto B, que esta época joga num estádio em Leiria, já vai em três jogos seguidos em que é escandalosamente beneficiado. Ele é golos mal anulados aos adversários, penaltis inventados a seu favor, expulsões em demasia de jogadores das outras equipas, agressões cometidas pelos seus atletas que passam incólumes, etc., etc.
Apenas no primeiro jogo do campeonato não se registou nenhuma má decisão a seu favor. Sim, adivinharam contra quem foi.

Mas ainda assim, parece-me que vamos ter esta excelente equipa a bater-se pelo título conjuntamente com o clube-mãe.

Será que o atento pupilo suplantará o mestre?

Quem sai aos seus…
Aníbal Silva encontrou-se hoje com a família real espanhola, tendo trocado um aperto de mão e alguns olhares lascivos com a princesa Letizia. Logo a seguir a este encontro, foi anunciado ao reino que a princesa estava novamente grávida.

Coincidência? Não me parece. Aníbal Silva pode muito bem ser o pai da criança, que a ser rapaz se tornará o próximo rei de Espanha.

Poderemos finalmente vingar a dinastia filipina. Bravo, professor!
Hoje, uma notícia do jornal “Público” informava do seguinte: “Norte-americana acusada de matar amiga e um feto diz que afogou crianças”.

Confesso que a primeira parte do título não me impressionou muito, é sabida a propensão dos americanos para matar pessoas, ainda que sejam seus amigos.

A segunda parte também não me comoveu por aí além, já vi bastantes filmes de terror e de ficção científica, e um feto assassino não é algo assim tão transcendental.

O que me perturbou bastante neste título, é o facto de a senhorita Andreia Sanches, que se deve auto-intitular de jornalista, não saber escrever.

Monday, September 25, 2006

O mediatismo que persiste em ser concedido a Miguel Sousa Tavares começa a raiar a insensatez.

Já não bastava o facto de a Tvi ter decidido avançar para a produção de uma série baseada no livro (desculpem-me os que, de facto, apreciam livros) "Equador", como também se fala em novo referendo sobre o aborto.

É que por mais que esse senhor me provoque náuseas, não esperem que me vá dar ao trabalho de sair de casa só para pôr uma cruz num papelinho a indicar que sou contra ele.

Sunday, September 24, 2006

O Conclave

É caricato ver um acontecimento que começa a ser sazonal: o Conclave dos Ricos, Poderosos e Intelectuais do nosso país tentando zelar e orientar os "melhores interesses" deste país.
É vê-los a chegar nos seus automóveis de luxo, fatos Armani, etc... e começar a descrever e a demonstrar as necessidades do " Zé Povinho" e que mais medidas "de apertar o cinto" é que terão de ser tomadas (sem que elas os belisquem o mínimo que seja).
No final, o único fumo que se vê a sair do “Conclave” é só dos MonteCristos ou dos Cohibas a acompanhar os uísques + 30 anos. Ah! Já me esquecia! A conclusão? As medidas a tomar para o nosso país enveredar por uma retoma convincente e consistente?
São estas:
– É imperativo mandar 200000 funcionários públicos para a rua, ok, eu não vou muito à bola com eles, mas 200000!!!!!????? Quem teve inicialmente essa ideia deve ter sido muito mal atendido numa secção regional da segurança social (quiçá esperado tempo demais na fila) ou se calhar deve ter pago IRS, do salário mínimo que declara?
Outra medida, a total descrença no fundo de pensões, para depois aconselhar o nosso “Zé povinho” a subscrever PPRs (quando este vê-se à rasca para pagar as contas da luz, água, etc…). Qualquer relação que a maior parte destes senhores,que aconselham a subscrição de aplicações financeiras no privado, estejam ligados à banca é pura coincidência.
Parece-me obvio que estes senhores estão sedentos de poder político, pois o alvo deste Conclave não foi a crise económica mas sim o Estado Português. E para quando medidas para a recessão? Já que estes senhores estão com sede politica, eu sacio-os com a minha medida: e que tal criarem um país (com a taxa de desemprego a 0% e sem funcionários públicos a aumentar a despesa pública) para eles próprios governarem? -Talvez as Berlengas…

Saturday, September 23, 2006

Mais uma conversa que foi apanhada pelas famosas escutas da PJ:

- Sabes quem são aqueles gajos que roubam tudo e todos, que levam os árbitros a restaurantes e a bordéis, que lhes pagam viagens e relógios, que os convidam para tomar café nas suas casas em véspera de jogos importantes, que os ajudam a subir na carreira, que se riem da Justiça (ou falta dela), que têm o cúmulo de dizer que Deus não dorme, e que continuam à solta? Hmm, sabes? À solta, mas mesmo à solta, sabes? Hmm?

- Sei...

- Então e não fazes nada?


De facto os ditos indivíduos continuam à solta, mas mesmo assim acho que deviam ter mais liberdade.

Wednesday, September 20, 2006

Depois da campanha lançada pelas televisões, que visava alertar as pessoas para o perigo do “violento” furacão que se aproximava dos Açores, chegou até nós este testemunho impressionante de um sobrevivente:

Acordo na praia sem saber onde estou. Lembro-me apenas de estar a passear nos Açores, e depois um grande vazio. Vejo pessoas que mal sabem falar, elas tentam comunicar comigo mas não as compreendo. Consigo distinguir alguns sons que me lembram a língua portuguesa, mas pode ser confusão da minha cabeça. Devem ter sofrido embates de tal forma violentos, que perderam a memória.

Desloco-me para o que me parece ser uma cidade. Vejo homens de outra raça, altos e loiros, a levarem crianças pela mão, a entrarem com elas em automóveis ou em hotéis. Estranho, mas não posso perder muito tempo a pensar nisso, tenho que entender o que aconteceu.
Tento descobrir as forças da lei para me prestarem algum auxílio. Descubro outra coisa, que ali não há lei, há uma ditadura. Um homem apenas controla o local. Como sempre acontece a seguir às grandes catástrofes, os indivíduos mais fortes ganham protagonismo e poder, sobrepondo-se aos mais fracos. Mas mais fortes não significa necessariamente mais honestos.
Procuro chegar à fala com esse homem, o que se revela bastante fácil. Basta-me procurar a maior casa daquele estranho lugar. Uma casa onde há sempre boa comida e animadas festas.

Por fim, estou ali. A grotesca criatura encontra-se espojada num grande sofá, apenas de tanga, enquanto come pequenos peixes vivos. Num piscar de olhos vem-me à memória o nojento Jabba The Hut, personagem da Guerra das Estrelas. Dezenas de servos cirandam por ali, apajando o melhor que podem o seu amo. Um pouco a medo, esboço um tímido sorriso quando percebo que há uma longa fila de pessoas que aguardam pacatamente a sua vez, apenas para lhe lamberem os pés. Estranho ritual…

Com um aceno repleto de desprezo, ele manda-me aproximar. Consigo sentir o seu bafo a álcool e peixe.
Conto-lhe a minha pequena história, que estava a passar uns dias nos Açores e que depois do furacão não me lembro de mais nada. Peço-lhe que me ajude a sair dali.
Depois de uma horrível gargalhada do seu próprio tamanho, ele diz que consegue pôr-me no próximo avião. Mas vai custar-me caro.
Desesperado, aceito o exorbitante preço que ele me cobra por um simples bilhete, pois compreendo que sem o consentimento daquele homem nada sai ou entra naquele lugar.
Com um rugido, chama dois capangas que me metem num jipe e me levam para o aeroporto. A minha saga está a chegar ao fim.

Durante o curto percurso de jipe, com o olhar perdido na linha do mar, não posso deixar de reparar numa simples placa que anuncia para quem a quer ver: “Funchal”.

Sunday, September 17, 2006

Ao visionar um jogo entre o União da Madeira e o Benfica, no canal Memória, dei por mim enternecido a ver as diabruras de Chico Nelo, médio da equipa insular. Nem prestei grande atenção a Rui Costa, Isaías, Mozer e companhia. Não, apenas Chico Nelo ocupava a minha atenção.

Onde andará agora Chico Nelo? Calçará meia branca com sapato de verniz? Gostará de bifinhos de perú com cogumelos?

Há pessoas assim, que passam tão rápido pela nossa vida que nós nem nos apercebemos quem elas realmente são.

Força nisso, Chico! Onde quer que estejas.
Vi ontem uma reportagem na televisão sobre o Clube do Escape Livre.

Sim, leram bem: "Escape Livre".

A reportagem dava a entender que era um grupo de indivíduos ligados, de uma ou outra forma, ao automobilismo. Mas a mim não me enganam! Aquilo é um grupo de homens que não usam cuecas nem boxers.

Parabéns pela coragem de darem a cara. Mas por favor, não tirem as calças ao pé de mim.
Uma questão de perspectivas

Já diz o povinho que "a vingança tarda mas aparece", ou que o "feitiço se virou contra o feiticeiro", ou, em português corriqueiro, "oh Bento, lixaram-te!". Na jornada passada, o Sr. Treinador Adjunto do Sporting Clube de Portugal, Paulo Bento portanto, teve o arrojo de dizer que o lance que originou o golo da sua equipa não foi precedido de qualquer falta... Hmm... São pontos de vista... Se calhar, da perspectiva que ele teve da jogada, não viu irregularidade nenhuma.
Pois bem, ontem, em pleno Estádio Alvalade XXI, o Paços de Ferreira "pregou" uma partida à equipa da casa, marcando um golo de belo efeito. Aquilo é que é um golo mágico.
Paulo Bento, na conferência de imprensa posterior ao jogo, exaltado, referiu que, com a mão, joga-se andebol, basquetebol ou voleibol. "Oh Paulo, então e na semana passada? Não foi uma amostra de rugby...? Ai essa memória curta..."
Não entendo que perspectiva é que ele teve do lance. Nem eu que estava no sofá, nem Ronny, que marcou o golo, fomos capazes de dizer que foi com a mão. "Mas qual mão, pah?! Foi gráçás à Deus!"

Thursday, September 14, 2006

Ah, o Luís! Tanta coisa que há para dizer do Luís.

Como por exemplo, que o Luís quando era mais moço, coitado, assinou um contrato por duas equipas italianas. Porque a segunda lhe pagava mais que a primeira. E porque para o Luís, o simples facto de ter assinado um contrato não queria dizer nada...

Como por exemplo, que os jornalistas desportivos portugueses gostam de lamber os testículos do Luís.

Como por exemplo, que o Luís, chamado então de Príncipe de Barcelona e capitão do histórico clube com o mesmo nome, se mudou subitamente para o eterno rival Real Madrid. Por mais algumas pesetas, claro...

Como por exemplo, que os jornalistas desportivos portugueses gostam de acariciar o pénis do Luís.

Como por exemplo, que o Luís, já mais velhote, decidiu não efectuar os jogos de apuramento para o Mundial 2006. A rapaziada mais nova que tratasse disso, ele aparecia depois para comandar as tropas na Alemanha.

Como por exemplo, que os jornalistas portugueses lutam bravamente entre eles por um perdigoto saído da santificada boca do Luís.

Como por exemplo, que o Luís regressará para jogar no Sporting, quando o Ronaldinho assinar pelo Tourizense.

As lojistas

Há muito tempo que tinha esta ideia, mas de uma maneira ou outra, ainda não a tinha baptizado. Só há pouco tempo, à conversa com um amigo (durante uma breve apreciação nocturna a esta espécie) é que dei o devido baptismo."Mas o quê?", perguntam vocês.
As lojistas!É uma espécie que deambula subtilmente por entre os comuns mortais (tal como nós) mas que se regem e se cingem por objectivos diferentes dos nossos.Normalmente têm idades compreendidas entre os 18 (idade legal para começar a laborar) até (em casos muito crónicos) aos 35-40 anos. Maioritariamente provêm dos subúrbios ou mesmo dos arredores das grandes cidades.
No início começam só a trabalhar nas lojinhas em part-time, para não dependerem exclusivamente da parca mesada de pais da classe trabalhadora, mas rapidamente começam a gostar do sabor do “guito” e dos pseudo-luxos que ele traz (iludindo-as a ascender a um status superior ao real). Nesse momento é que se dá a emancipação de uma simples rapariguinha suburbana para uma verdadeira lojista de shopping. Uma das transformações que a lojista sofre é a passagem de um simples part-time para um full-time, retirando a prioridade à prossecução dos estudos ou pondo-os de parte por completo, para a dedicação total à vida de logista.
E é aí que começam os esquemas, peripécias e as manhas em torno do seu principal objectivo:A caça de um gajo com dinheiro, pura e simplesmente.
Esse objectivo é levado muito a sério pela lojista, pois a presa em questão poderá equivaler-lhe a 5 números e 2 estrelas correctas num bilhete do Euromilhões.Devido ao seu horário laboral, a lojista só pode “caçar” ao fim-de-semana ou nas vésperas de folgas. A lojista nunca chega atrasada nem tão pouco falta a um dia de trabalho, pois não se pode dar ao luxo de perder dinheiro para os seus principais gastos: bijutaria, roupinhas da moda, telemóveis da ultima geração (que trazem incorporados um conjunto de novas funções espectaculares mas que ela ainda não sabe bem para o que é que servem), óculos de sol “fashion”, aliás, à futebolista, etc….
Regra geral, o seu território de caça situa-se nas discotecas ou pubs pseudo-“in”, isto é, “da moda”. É nesses locais que também deambulam as suas presas. O seu primordial “target” são os meninos bem. Os meninos bem trazem como garantia o dinheiro e nome dos pais, algo que a lojista deseja ardentemente. Mas a lojista tem tanto de gananciosa como de estúpida, pois normalmente os meninos bem ou são menaços pé-rapados (disfarçados de meninos bem) ou são, de facto, meninos bem (mas nada otários). Nisto os menaços pé-rapados são muito parecidos com as lojistas, dão ares daquilo que não são. No fundo, no fundo, os menaços pé-rapados querem é copular desalmadamente. O menino bem lá manda a dele para não ficar com a fama de que é homossexual, pois a lojista não aceita uma nega e é venenosamente vingativa (pondo na lama quem prejudicar os seus planos).
Quando a lojista encontra estas duas estirpes, os planos normalmente saem-lhe furados, porque depois de uma noite de discoteca animada e prometedora, levando a uma rapidinha no melhor sítio que se puder arranjar, a lojista, no final, só leva em troca: “Não me telefones, eu depois ligo-te”. Aí, ou ela persegue o menino bem (quando o é na realidade) até à exaustão, chegando a pontos de total perca de amor-próprio e imaturidade ou tenta apagar da sua memória o investimento infrutífero com o menaço pé-rapado. Este por sua vez, sempre que a encontra tenta novamente a sua sorte, mas sem sucesso, pois ele não se coaduna com as pretensões da lojista.
Com o avançar da idade, a lojista resigna-se de que nunca irá atingir o seu El-Dorado e começa a pensar:- Mais vale um pássaro na mão que dois a voar!
Então, começa a ver com outros olhos outro “target” - os Totós e os menaços pé-rapados. Com os menaços pé-rapadados a lojista já sabe o que é que a casa gasta, mas com os totós a conversa já é outra. Elas já os conhecem de ginjeira, são os tipos na discoteca que estão sempre com o mesmo copo durante toda a noite (para não ultrapassarem o consumo mínimo obrigatório) e que se babam a ver as gajas da “Disconight”. O totó é um falhado e virgem até idade avançada, não os tendo no sítio para abordar alguém do sexo feminino. Para a lojista, é uma presa fácil, tendo a vantagem de o puder manipular a 300%, pois o totó tem a lojista como uma deusa e teme afugentá-la caso não lhe faça as vontadinhas.
O totó só consegue descortinar a realidade da lojista quando já é tarde; quando ela engravida e o obriga ao consequente casório ou mesmo quando ela já o espremeu até ao limite e o troca por outro totó mais endinheirado. No caso de final feliz com o totó, a lojista prossegue a sua vidinha tendo a sua ninhada de rebentos e visitando o seu local de culto ao fim-de-semana (o shopping), pois a partir do momento em que se casa ela deixa de trabalhar para depender completamente do totó.
Mas nem tudo é desgraça! Existem as que realmente sacam as presas endinheiradas, há tanto tempo perseguidas. Aí têm o que sempre quiseram, dinheiro, roupas, jóias, carros, etc… Tudo, obviamente, à conta da presa. Quando vão anunciar as suas pretensões aos progenitores, a cena é repetitiva de norte a sul, de este a oeste, por onde haja lojas.
- Pai, mãe, vou-me casar!- Mas tu não nos tinhas dito que tinhas noivo!!!!!- Pois é, é recente e estou muito feliz.- Então se tu estás feliz, não nos oporemos. Mas diz-me, ele respeita-te e trata-te bem?- Sim sim, papá. Ele dá-me muitas jóias e paga-me muitos jantares em sítios finos….

Wednesday, September 13, 2006

Senhor Engenheiro Fernando Santos, julgo que se esqueceu de uma caixa de fósforos na Grécia.

Não quer ir lá buscá-la?

Salvo pelas providências

Parece que pegou moda isto das providências cautelares, desde evitar os encerramentos das maternidades do interior até a ilibar equipas de futebol profissional de claras ilegalidades.
Parece-me que o português arranjou um escape às suas (ir)responsabilidades, isto é, para não admitir as suas culpas e asneiras (de modo a não ser penalizado e castigado).
Qualquer dia, já nem um desgraçado de um GNR pode passar uma multita por excesso de velocidade a um infractor que, por exemplo, conduza a 190km/h (sendo o máximo permitido 70 km/h). Obviamente, como bom português que é, tenta-se escapar com o habitual rol de argumentos de quem não quer pagar a multa: “ia distraído, não reparei no velocímetro”, “o que ia à minha frente ia mais rápido, porque é que me mandaram parar e a ele não, já não há justiça neste pais ”, etc…
Quando vê os seus argumentos esgotados e gorados, eis que o ilustre condutor joga o seu JOKER:
- Aí é? Então fique sentadinho à espera que eu pague a multa! Meto-lhe já uma providência cautelar!
Parece-me que com o crescimento exponencial das providências cautelares, o sistema judicial português (ao invés de ter dois meses de férias) terá que meter licença sabática.

Tuesday, September 12, 2006

Reconheço que tenho sido injusto para com Paulo Bento, ao chamar-lhe várias vezes treinador do Sporting. É uma injúria grave e deveria ter tido mais benevolência para com ele. Mas estava de facto convencido que ele era mesmo o treinador.
Verifiquei hoje que não, pois na ficha do jogo para a Champions, aparecia um indivíduo de nome Carlos Pereira como o ocupante de tal cargo. Apresento mais uma vez as minhas desculpas ao Paulo Bento.

Só não percebo porque é que ele falou na conferência de imprensa que sucedeu o jogo. Se não é o treinador...

É que além de um tradutor de inglês para os jornalistas italianos, também teve que estar presente um tradutor de português para os nossos jornalistas.
Ramiro folheava despreocupadamente o jornal, enquanto Albano e Tibério, que eram irmãos, observavam as raparigas que passavam enquanto bebiam, respectivamente, uma água e um café. Albano, mais afoito, lançava comentários jocosos entre dois arrotos. Tudo perante o olhar complacente de Tibério, sempre fora mais reservado, que ria baixinho.

Indiferente a tudo isto, Ramiro prosseguia atento ao jornal. Chegara à parte dos famosos anúncios, onde raparigas que não davam a cara ofereciam os seus préstimos, enquanto tentavam fazer uma sucinta descrição de si mesmas. “Boquinha de veludo”, “bundinha gostosa!”, “oral divinal” e por aí fora. Aquele jornal era, de facto, um verdadeiro manancial de cultura.
Estava já prestes a fechar as páginas do dito pasquim quando, de súbito, algo lhe chamou a atenção. Havia ali novidades. Agora, até travestis anunciavam os seus “serviços” no jornal! Ramiro sentiu-se indignado, viviam numa pequena vila e não podiam permitir isto. Uma coisa era permitir que as moças tivessem publicidade, outra era permitir o mesmo a travestis!

Lembrou-se, com uma lágrima no canto do olho, do dia em que fez 18 anos e o levaram a casa de Madame Rosalina. Como esquecer aquela data? Estavam lá todos: o pai, os tios, os primos, os amigos, e até mesmo o seu avô, a quem o reumatismo parecia ter passado enquanto acolhia no colo uma das meninas de Madame Rosalina.
Ou como esquecer o momento em que Albano, mais novo mas mais sabido, corria nu pelo bordel atrás das meninas, que soltavam gritinhos assustados mas alegres, intercalados com os ruidosos arrotos, já nessa altura uma imagem de marca, do seu perseguidor.

Albano na altura tinha 16 anos mas era já um habitué daquela casa, que frequentava desde os 10. O jovem era considerado um prodígio de toda a região. Tudo começara quando, com apenas 4 anos, fora apanhado a tentar sodomizar Gabi, a gata da família. Mesmo com a cara repleta de cortes, das afiadas garras do animal, o pequenito Albano tinha desistido. Fora preciso o seu pai segurá-lo.
Conta-se, em jeito de lenda, como quando apenas um ano mais tarde, foram dar com Albano no galinheiro da casa a “brincar” com as galinhas. Albano chegou mesmo a matar uma raposa incauta, que se tinha aproximado ao ver a portinhola aberta, à paulada. Queria as galinhas só para ele. Inácio, o galo, despeitado com a audácia e virilidade do petiz, abandonou o galinheiro e nunca mais foi visto. Ah, e as galinhas deixaram de pôr ovos.

Mais tarde, já com oito anitos, Albano queria experimentar com mulheres, estava farto da bicharada. Ainda pensou na sua prima Ivone, mas depressa desistiu. Ela, com cerca de 10 anos, já tinha mais pêlos que o burro Crespim.
Pediu então a seu pai para o levar a casa de Madame Rosalina. O pai recusou-me. Era uma tradição familiar, sim senhor, mas ainda faltavam 10 anos. Albano não esmoreceu. Nessa mesma noite fugiu para Espanha, por onde andou a monte mais de um mês, percorrendo todos os bares de alterne da zona. O seu pai só conseguiu encontrá-lo porque seguiu o peculiar rasto que o filho deixava. Por onde quer que Albano passasse, a casa fechava. As moças ficavam em tal estado, que não conseguiam receber mais clientes durante vários dias. Ainda hoje, quem vai a Espanha e fala em Albano, ouve sempre a mesma resposta: “Uiii, Madre de Diós, desde los ocho!”

Ramiro limpou a lágrima e regressou à dura realidade. Tinha que ser feita alguma coisa. Travestis, não!
Falou com os dois irmãos e expressou-lhes o seu repúdio pela situação. Albano não se mostrou minimamente perturbado e, ao mesmo tempo que apalpava as nalgas à empregada do café, soltou: - Melhor, mais fica! Eheh!
Tibério, mais novo e mais reservado, encolheu o queixo e não disse nada. Dali não viria auxílio.

Ramiro lembrou-se então de uma coisa, ia telefonar pessoalmente a todos os travestis que estavam naquelas folhas repulsivas e dizer-lhe o que pensava deles. Pegou no telemóvel e marcou o primeiro número que lhe apareceu à frente. Vais ouvir poucas e boas!
Por coincidência, outro telemóvel começara a tocar ali perto. Era o de Tibério.
Com um esgar de horror, Ramiro viu-o atender e dizer Estou sim?

Foi precisamente a frase e o tom de voz que o saudaram do outro lado da linha...
Nostradamus

Paulo Bento vai hoje perceber que "Zlatan" não significa "boa noite" em jugoslavo.

Monday, September 11, 2006

O apito ainda não apitou…

Voltámos à emoção da Primeira Liga e às cenas e equívocos do costume, curiosamente com os intervenientes da “praxe”.
No Sábado, em fim de tarde, eis que Liédson começou a espalhar a sua magia teatral. É tal a perfeição com que ele interpreta os seus números que julguei estar a ver o filme “The Matrix”. Mas não…Este filme é outro. Liédson tem a sua panóplia de encenações, não imitando ninguém. E nem se desvia de balas. Aliás, ao certo, ainda não percebi do que se desvia. Talvez do ar… Mas lá tem o seu mérito, ou não “caiam” sempre os árbitros nas mesmas cenas. Chega de falar deste actor porque ele não me pagou para lhe fazer publicidade (quando me ia entregar o cheque atirou-se para o chão e deu-me pena).
Ainda no mesmo jogo, Nani, que também já aprendeu qualquer coisa com o mestre Liédson, deu um “pequeno encosto” em Ávalos, atirando-o para o relvado (tenha-se em atenção a compleição física do argentino), nascendo desse lance o golo solitário do Sporting. Não há maneira possível de dizer que o golo é “limpo”. Perdão…Haver até há, ou não fosse Paulo Bento o treinador dos de verde. “Um bom lance defensivo, em que não há qualquer falta”. E depois ainda vem pedir transparência no futebol português. Se nem numa simples análise ao jogo o senhor Paulo Bento consegue ser transparente e honesto, como é que pode pedir o que quer que seja…?
Mudando de jogo, damos um salto até ao Bessa Século XXI e somos brindados por uma bela arbitragem do senhor João Ferreira, o tal que Luís Filipe Vieira “escolheu” para um jogo da Taça. A “fruta” desta vez deve ter sido da boa, senão veja-se: Lucas e Nuno Gomes desentendem-se, dando uma turras um no outro, em sinal de carinho claro está, e só o jogador do Benfica é que é admoestado com cartão amarelo; Ricardo Silva, um central que sempre nos brindou com o seu “fair-play” inabalável, deveria ter sido expulso por acumulação de amarelos, depois de rasteirar Nuno Gomes em jogada perigosa de ataque. Jogar contra 10 não é o mesmo que jogar contra 11 (doutra maneira o Boavista não teria “goleado”); por fim, mais um equívoco do árbitro, expulsando Manú com vermelho directo, quando na verdade houve simulação de Lucas.
Ou seja, tudo está igual a anos anteriores, pairando no ar o fantasma de Dias da Cunha e das suas investidas passivas sobre o “sistema” e estando bem viva a presença do Major. O apito vai apitar!

Friday, September 08, 2006

Pesadelo…?

São 4h da manhã e suo em bica. O sonho, ou melhor, o pesadelo nunca foi tão real. Ainda estou confuso, mas não me sai da cabeça o que seria se tal se transformasse em realidade.

Sonhei que, num lugar longínquo, estudava Direito numa universidade pública. O panorama não podia ser pior e assim vai ser a descrição: alguns professores eram recém-licenciados; outros, os mais velhos, eram autênticas carcaças andantes que só se deslocavam à faculdade para atormentar as "pequenas" e cansadas cabeças dos seus discípulos pelas últimas vezes; as pautas eram pintadas por uma imensidão de notas situadas abaixo do 6, em que sobressaíam os 14 e 15 dos alunos cujos últimos nomes eram homónimos de notáveis da faculdade; alguns alunos curvavam-se perante a passagem dos professores, em sinal de respeito ou de bajulação; as raparigas, estranhamente, usavam “decotes decotadíssimos” em dias de exames orais; não poucos alunos saíam, consecutivamente, de uma sala, de cara lavada em lágrimas, perante um sorriso cínico do professor.

No fundo, pareceu-me que vivi por momentos num mundo surreal, em que reina a infelicidade e a depressão de uns, contrastando com a felicidade, frieza e cinismo de outros. Mas suspiro… pois tudo não passou de um fruto da minha imaginação.