Nunca mais (é) sábado

A última edição da revista Sábado (que não sai aos sábados) brinda-nos com uma entrevista a José Rodrigues dos Santos. O entrevistado fala-nos, entre outras coisas, da sua infância em Moçambique, do seu percurso profissional, de como quase foi morto em Timor e do seu último livro.

A redacção da Sábado resolve resumir tudo com o magnífico título: "Durante três anos só comi frango".

Isto é síntese. É perspicácia. É classe. É jornalismo. Do bom.


P.S. Sim, a Sábado pertence ao mesmo grupo do Correio da Manhã.

A voz da experiência

Um ex-administrador do Lehman Brothers está em Lisboa para participar numa conferência.

Vou escutar com muita atenção o que esse senhor tem para dizer, e vou fazer precisamente o contrário.

Bonecadas

A editora K&B teve a original ideia de lançar um boneco de vudu com a cara de Nicolas Sarkozy. O simpático boneco vem ainda com agulhas para espetar e com um manual de instruções.

E agora, o que se seguirá? Uma boneca insuflável "Carla Bruni"?

Piqueno textículo

A mais de 6 meses das eleições legislativas, já formei a minha decisão: não vou votar em Manuela Ferreira Leite. Porquê? Simples... Jamais votarei num candidato que insista em dizer "piquenas".
Peço desculpa, mas é um princípio de que não abdico...

Mais uma vergonha

Veio hoje a público mais uma notícia que confirma que a vida de aperto é só para alguns. Segundo relatório da PJ, três iluminados, gestores de uma Empresa Pública de Lisboa, gastaram mais de 64 mil euros em refeições, para não falar nos outros milhares de euros que despenderam na aquisição de bens para consumo privado.

Não entendo... Cartões de crédito para estes senhores porquê?? Para gastos relativos à empresa que gerem? Então para que serve a dotação orçamental?? A menos, claro, que me digam que estes cartões de crédito são para uso pessoal. É que aí é que eu fico ainda mais revoltado. Em tempos de crise, há idiotas que andam a gastar dinheiro dos contribuintes aos milhares? Milhares e milhares de funcionários públicos não são aumentados em valores que se vejam e estes "gestores da tanga" levam vida de lordes? Mas que país é este?

Que paguem pela medida grande, é o que eu espero ansiosamente.

Serviço público

Miguel Sousa Tavares acha estranho que no assalto que fizeram à sua casa de Lisboa, lhe tenham levado apenas o portátil e umas pastas com papelada. Ainda por cima, nesse portátil estavam dois livros iniciados, um a meio e outro um pouco mais atrasado.

Só tenho uma palavra para os assaltantes: obrigado.

Filho de cherne...

Será que Durão Barroso, perdão, José Barroso tem alguma legitimidade para pregar um raspanete ao seu filho Guilherme, por este ter sido apanhado pela polícia com haxixe a mais no bolso?

Não.

Por dois motivos: porque na sua juventude José Barroso foi membro activo do MRPP e deve ter feito coisas bem piores; e porque enquanto o seu filho enrolava um charro nas docas, ele estava em Camp David à conversa com George Bush Jr.

Parece-me suficiente.

E quem é o burro agora?

Só por incompetência ou ingenuidade se pode ter achado que o actual seleccionador nacional poderia chegar, ver e fazer alguma coisa.

Muitos criticaram Scolari por não ser bom tacticamente, mas a verdade é que os jogadores corriam pelo mesmo objectivo: ganhar! Agora, o objectivo por que alguns correm é bem diferente: ser melhor que os outros e por isso não lhes passar a bola.

O anterior seleccionador nacional soube gerir a vertente negativa do "se ser estrela" e fez a equipa colocar os pés no chão. Quem não ficou, como eu, em "pele de galinha" ao ouvir as palestras que o senhor dava antes dos jogos? Até eu fiquei com vontade de entrar dentro de campo...

Agora com o senhor Queiroz, que sempre se achou muito importante, como é que se vai ser? Eu julgo que sei como vai ser. É o mais puro regresso ao passado, à mediania, aos apuramentos falhados, à habitual desculpa "foi o poste e o guarda-redes", etc etc etc.

E para os jornalistas, que ontem tão indignados ficaram por ninguém ter aparecido no "flash-interview", uma palavrinha: bem-feito! Deixem-se de endeusamentos e de petições ridículas. Deixem-se de colocar os meninos riquinhos nos píncaros, quando pouco ou nada fazem para o merecer.

Na hora do "Adeus" a Scolari, que legitimamente pensou na sua saúde financeira (quem não o faria? Até já há quem exponha a sua vida por inteiro em programas de televisão ou em revistas "cor-de-rosa" a troco uns tustos), parece que tudo o que ele fez se esqueceu. Os apuramentos folgados, as grandes exibições, a vontade de jogar, a alma e a união de uma nação inteira, as bandeiras às janelas, os rostos pintados, as lágrimas na hora do "estivemos tão perto"...

Agora, mais do que nunca, é o momento de responder à pergunta que Scolari fez em tempos. "Não Scolari, o burro não és tu."

Gordo não, apenas forte

O Sporting pode estar à beira de ter um grave problema entre mãos, se Fábio Rochemback continuar a ingerir calorias desta maneira.

Pior do que o habitual problema da ocupação de espaços dentro do campo, passará a haver o problema da ocupação de espaços em todo o lado. No relvado, no balneário, no chuveiro, no elevador, etc.

E numa altura em que é moda colocar os jogadores que se portam mal a treinar à parte do resto da equipa, Paulo Bento terá que fazer precisamente o contrário: colocar o plantel do Sporting a treinar à parte de Fábio Rochemback.

Ou então tentar a rescisão com justa causa com o atleta, e avançar posteriormente para a aquisição da Simara ou da Valentina Torres...

P.S. Um atleta que não quis dar a cara, mas que se chama Grimi, queixou-se que nos treinos é impossível jogar ao meiinho com o Rochemback, porque "ele está em todo o lado e intercepta todos os passes."

Borda d'Água

Jaime Pacheco, que foi apresentado como novo técnico do Belenenses, acaba de dar outra pérola ao adagiário português. Depois do espectacular "faca de dois legumes", surge agora com uma nova interpretação do dito popular "não cuspir no prato onde já se comeu".

Para o Jaime, a frase correcta é "cuspir no prato onde se vai comer". Isto a propósito de já ter cuspido numa bandeira dos azuis, após um Belenenses-Boavista.

A esposa deste rústico homem confirma o hábito um pouco hediondo do marido:

"Sim, é verdade. Antes de se servir, o Jaime afinfa sempre um valente escarro no prato. Diz que o comer tem outro gosto."

Mosquitos no Jardim

Depois de se saber que a Madeira poderá ser alvo de um surto de dengue, Alberto João Jardim reagiu prontamente:

"Eu por acaso julgava que esse comuna idiota do Deng Xiaoping já tinha morrido. Mas aviso-o desde já que aqui não entra. Já disse que não quero cá pretos, ciganos, chinocas, nem imigrantes de qualquer espécie!"

Goleada de riso

Depois das risadas provocadas a Arsène Wenger, jogadores e adeptos do Arsenal, o F.C. Porto decidiu pôr ainda mais gente a rir, fazendo publicar no seu site oficial o seguinte texto (ao qual tomei a liberdade, qual Ambrósio do Ferrero Rocher, de acresentar qualquer coisita):


"30-09-2008 FUTEBOL
Arsenal-F.C. Porto, 4-0
(Não)Jogar, ameaçar (sair dali com 7 ou 8 no bucho) e… sofrer (apenas 4)

A trave, Almunia e um defesa, em cima da fatalidade (de facto parecia um funeral). Obstáculos finais para três desenhos (ou pinturas rupestres) fabulosos que mereciam golo, oportunidades precoces (tipo ejaculação?) que dariam ao Dragão uma vantagem firme e espalhariam o pânico (vi adeptos do Arsenal a flagelarem-se) num estádio surpreendido pela cirurgia atacante (e a defensiva? upa, upa!) do F.C. Porto. A transição e o perfume (não me digam que o Pinto se descuidou outra vez...) mereciam melhor sorte, justificavam abraços e festejos (e fruta, café e chocolatinhos). A interrupção abrupta de uma chama não faz sentido (experimenta dizer isso a quem vive na mata e tem incêndios à porta de casa). A injustiça deixará para sempre uma mácula neste desafio (outra vez? já sabemos que podiam ter sido 7 ou 8, não adianta repetir).
Ainda antes das explicações para o infortúnio, importa recordar que o F.C. Porto subiu ao relvado do Emirates Stadium (não dei por nada) com sete novos jogadores, cinco deles a cumprir o segundo jogo na UEFA Champions League e um em estreia absoluta na montra continental (e daí? O Cluj teve 11 estreias absolutas na montra intercontinental e foi ganhar a Roma). O Tricampeão está diferente (para melhor, para pior? fica a dúvida), está a construir uma nova máquina (pacemaker?) e faz das provas de fogo um processo de crescimento fundamental (exacto, levar quatro na pá, dá saúde e faz crecser).
Esta terça-feira, num ambiente adverso (muito por culpa de um árbitro honesto), num palco encharcado (só se fosse de urina por só terem mamado quatro) e condicionado pelo registo em solo inglês, a equipa de Jesualdo Ferreira impôs-se durante meia hora (ei! o aquecimento não conta!), silenciou os adeptos da casa (o treino de adaptação à porta fechada também não conta) e colocou o Arsenal em sentido, exigindo saltos, gritos e rectificações assustadas a Arsène Wenger (coitado, o homem era a face do mais puro terror). Um golo, que podia ser a triplicar (mau! um golo que vale por três?! a batota já vai aí?), ofereceria novos contornos ao desafio, obrigando os ingleses a apostar no risco. Rodriguez (jogou?), que cabeceou ao ferro, e Lisandro, que disparou para o voo de Almunia e acertou em Clichy na fronteira da euforia, mereciam mais (esta não percebi, então primeiro não renovam com o Lisandro, e agora já dizem que ele merece mais? e acham que o Rodríguez ainda merece mais que 150 mil euros por mês? bem, vocês lá sabem...).
Os deuses de Highbury, todavia, quiseram que uma jogada no limite do fora de jogo (no campeonato este era logo anulado, estão mal habituados, não é?) redundasse no golo de Van Persie, lançando o Arsenal para um desenlace feliz em todos os aspectos (acham que falhar 5 oportunidades claras de golo é uma coisa feliz?). Adebayor marcou pouco depois, com o apoio da trave (errado, foi com o apoio do Bruno Alves e do Rolando), Van Persie repetiu a festa no primeiro ensejo da etapa complementar e, novamente, o togolês, de grande penalidade (o quê?! marcaram um penalty contra o Porto?! perdeu-se o respeito), fechou a contagem.
O azar (perdão?!) azul e branco dava agora lugar ao jackpot vermelho (ai o vermelho...), com todas (como?! todas?! se fossem todas tinha ficado 10-0) as tentativas a serem empurradas pelo sopro da fortuna. O futuro registará um encontro desequilibrado entre Arsenal e F.C. Porto (não me digam!). Quem esteve em Londres, porém, fica com outra sensação. O Dragão podia ter escrito outra história (podia, sim senhor. Podia ter levado uma cabazada das antigas. Mas pronto, fica para a próxima)."


P.S.1. O indivíduo que escrevinhou esta pérola tem duas opções na vida: ou se dedica em exclusivo à comédia, ou é internado com urgência na ala psiquiátrica mais próxima.

P.S.2. Como é óbvio, não entrei no site oficial do F.C. Porto para ter acesso a este texto. Há limites para tudo na vida.