Thursday, October 02, 2008

Goleada de riso

Depois das risadas provocadas a Arsène Wenger, jogadores e adeptos do Arsenal, o F.C. Porto decidiu pôr ainda mais gente a rir, fazendo publicar no seu site oficial o seguinte texto (ao qual tomei a liberdade, qual Ambrósio do Ferrero Rocher, de acresentar qualquer coisita):


"30-09-2008 FUTEBOL
Arsenal-F.C. Porto, 4-0
(Não)Jogar, ameaçar (sair dali com 7 ou 8 no bucho) e… sofrer (apenas 4)

A trave, Almunia e um defesa, em cima da fatalidade (de facto parecia um funeral). Obstáculos finais para três desenhos (ou pinturas rupestres) fabulosos que mereciam golo, oportunidades precoces (tipo ejaculação?) que dariam ao Dragão uma vantagem firme e espalhariam o pânico (vi adeptos do Arsenal a flagelarem-se) num estádio surpreendido pela cirurgia atacante (e a defensiva? upa, upa!) do F.C. Porto. A transição e o perfume (não me digam que o Pinto se descuidou outra vez...) mereciam melhor sorte, justificavam abraços e festejos (e fruta, café e chocolatinhos). A interrupção abrupta de uma chama não faz sentido (experimenta dizer isso a quem vive na mata e tem incêndios à porta de casa). A injustiça deixará para sempre uma mácula neste desafio (outra vez? já sabemos que podiam ter sido 7 ou 8, não adianta repetir).
Ainda antes das explicações para o infortúnio, importa recordar que o F.C. Porto subiu ao relvado do Emirates Stadium (não dei por nada) com sete novos jogadores, cinco deles a cumprir o segundo jogo na UEFA Champions League e um em estreia absoluta na montra continental (e daí? O Cluj teve 11 estreias absolutas na montra intercontinental e foi ganhar a Roma). O Tricampeão está diferente (para melhor, para pior? fica a dúvida), está a construir uma nova máquina (pacemaker?) e faz das provas de fogo um processo de crescimento fundamental (exacto, levar quatro na pá, dá saúde e faz crecser).
Esta terça-feira, num ambiente adverso (muito por culpa de um árbitro honesto), num palco encharcado (só se fosse de urina por só terem mamado quatro) e condicionado pelo registo em solo inglês, a equipa de Jesualdo Ferreira impôs-se durante meia hora (ei! o aquecimento não conta!), silenciou os adeptos da casa (o treino de adaptação à porta fechada também não conta) e colocou o Arsenal em sentido, exigindo saltos, gritos e rectificações assustadas a Arsène Wenger (coitado, o homem era a face do mais puro terror). Um golo, que podia ser a triplicar (mau! um golo que vale por três?! a batota já vai aí?), ofereceria novos contornos ao desafio, obrigando os ingleses a apostar no risco. Rodriguez (jogou?), que cabeceou ao ferro, e Lisandro, que disparou para o voo de Almunia e acertou em Clichy na fronteira da euforia, mereciam mais (esta não percebi, então primeiro não renovam com o Lisandro, e agora já dizem que ele merece mais? e acham que o Rodríguez ainda merece mais que 150 mil euros por mês? bem, vocês lá sabem...).
Os deuses de Highbury, todavia, quiseram que uma jogada no limite do fora de jogo (no campeonato este era logo anulado, estão mal habituados, não é?) redundasse no golo de Van Persie, lançando o Arsenal para um desenlace feliz em todos os aspectos (acham que falhar 5 oportunidades claras de golo é uma coisa feliz?). Adebayor marcou pouco depois, com o apoio da trave (errado, foi com o apoio do Bruno Alves e do Rolando), Van Persie repetiu a festa no primeiro ensejo da etapa complementar e, novamente, o togolês, de grande penalidade (o quê?! marcaram um penalty contra o Porto?! perdeu-se o respeito), fechou a contagem.
O azar (perdão?!) azul e branco dava agora lugar ao jackpot vermelho (ai o vermelho...), com todas (como?! todas?! se fossem todas tinha ficado 10-0) as tentativas a serem empurradas pelo sopro da fortuna. O futuro registará um encontro desequilibrado entre Arsenal e F.C. Porto (não me digam!). Quem esteve em Londres, porém, fica com outra sensação. O Dragão podia ter escrito outra história (podia, sim senhor. Podia ter levado uma cabazada das antigas. Mas pronto, fica para a próxima)."


P.S.1. O indivíduo que escrevinhou esta pérola tem duas opções na vida: ou se dedica em exclusivo à comédia, ou é internado com urgência na ala psiquiátrica mais próxima.

P.S.2. Como é óbvio, não entrei no site oficial do F.C. Porto para ter acesso a este texto. Há limites para tudo na vida.