Monday, January 22, 2007

"Mulher Moderna"

Debato-me cada vez mais com um problema que flagela a nossa sociedade, crescendo exponencialmente. Devido à nossa sociedade ser tipicamente e historicamente machista, só agora é que as mulheres deram o grito do “Ipiranga”. Passo a explicar o suposto grito (na maior parte das vezes esganiçado). Esse grito é a emancipação feminina e a reivindicação da igualdade de direitos. Concordo perfeitamente!!! Sem qualquer hipocrisia, cinismo ou ironia da minha parte.
O que mais me impressiona é a avidez e vontade exacerbada que a maior partes destas pseudo-“Mulheres Modernas” empregam na busca dos seus objectivos. Querendo atingir em meia dúzia de anos, o que outras mulheres (em países mais evoluídos) demoraram décadas a atingir. Normalmente, esses objectivos passam por coisas materiais e em grande parte fúteis que nada se assemelham à pura felicidade. Os seus objectivos e ambições passam mais concretamente por: ter uma casa luxuosa, carro moderno (como não podia deixar de ser…) e uma carreira supostamente bem sucedida para lhes poder proporcionar certos luxos (roupas, jóias, cabeleireiros, festas, viagens a sítios que nem sequer sabem pronunciar o nome, etc…). Não olham a meios…Passam por cima de tudo e de todos (pior que uma manada de Paquidermes!!!). CEGAS por tudo aonde possam chegar e ter. Trepam, pisam e esmagam pessoas, sentimentos, vidas, etc… sem qualquer pinga de remorso ou consciência. Julgam que têm tudo e todos aos seus pés, sem que se tenham de se esforçar por algo ou por NINGUÉM. O pior de tudo é que nem elas sabem se são esses os objectivos que as irão tornar felizes. O que é que foi feito do “Amor e uma Cabana”?
A razão para esta tentativa (anormal e desenfreada) de equilíbrio a este desequilíbrio milenar, é de que elas pensam que para se afirmarem têm que marcar e demonstrar exageradamente o seu valor (ultrapassando assim os limites do razoável e aceitável).
Normalmente são pessoas que se julgam, ou tentam-se fazer, independentes. Achando que as suas amizades (de circunstância) irão estar sempre presentes para partilhar os bons momentos (porque nos maus o cenário das amizades é tão desolador como o Sahara). Mas mesmo essas amizades afastam-se, porque se casam, têm filhos ou porque finalmente se cansam da essência egoísta e sem escrúpulos da “Mulher Moderna”.
A sua sede de se integrar em locais ou ambientes, que julgam conferir-lhe "status", leva-as a não dissociar o bom da podridão em que se deixam envolver e que as corrompe continuamente. Talvez o desejo de se libertarem do complexo de provincianas, proveniente da sua terrinha natal, seja o motivo de se quererem tornar cosmopolitas à força.
Namorados, maridos!!??? Nada disso! Diga-mos antes, adereços para se fazerem acompanhar em momentos ou situações sociais em que pareça mal não estarem acompanhadas. Não aceitar que algum homem lhes influencie na sua vida é uma regra de sobrevivência (fruto de orgulho e à revelia de sentimentos sinceros que tentam reprimir), se calhar era mais fácil juntar duas “Mulheres Modernas”…
Bem, mas como eu me considero um visionário, vejo uma imagem ao longe no futuro da “Mulher Moderna”. Ao inicio parece-me um retrato de uma sala altamente sofisticada e estilizada tirada da capa da CasaDeco, mas depois reparo num “acessório” solitário que em nada se enquadrada nesta “natureza morta”. Sim, consigo ver mais nitidamente, é a nossa “Mulher Moderna” (não dispensando Chanel ou Gucci na sua indumentaria), sentada à mesa de jantar, profundamente pensativa (subitamente ouço o miar de um gato). Algo mais velha, quiçá quarentona? Mas algo mais forte que os anos ou a idade apodera a sua expressão, finalmente consigo discernir! O sentimento de desilusão e forte arrependimento inundam a sua cara e espírito (Espírito???!!!). Sentindo-se impotente por sentir que a vida é irreversível, do mesmo modo que é irreversível o efeito da mistura do vinho tinto do seu copo com os anti-depressivos acabados de tomar, cujo frasco vazio jaz no chão, tal e qual como a sua alma...