Thursday, November 23, 2006

E também gosto de pão

Algumas considerações sobre o tema acerca do qual as pessoas mais gostam de "considerar" em Portugal, o Benfica:

1. O pasquim Record (só se for record de estupidez) lançou um artigo intitulado "Onde páram os adeptos?", no dia seguinte ao Benfica-Copenhaga, procurando mostrar que os adeptos já não estão com a equipa, que está instalada a crise, etc, etc, etc. Em questão estava o facto de apenas 37.179 pessoas se terem deslocado ao Estádio da Luz. É uma audiência fraca, de facto. Mas fraca apenas para o Benfica! Não percebo porque é que esse mesmo pasquim não escreveu algo do género aquando do Sporting-Inter de Milão. Para quem não sabe, compareceram menos de 32.000 pessoas para ver a super equipa dos leõezinhos de oiro. Mas isso não é notícia. Só o Benfica é notícia.

2. Todos sabemos que Pinto da Costa recebeu um telefonema a ser avisado que a PJ se iria deslocar a sua casa para recolha de provas. Também todos sabemos o que aconteceu, Pinto da Costa teve uma vontade súbita de ir dar um passeio a Espanha...
No caso de José Veiga também houve um telefonema. Mas não foi para o informar de nada, coitado. Foi um telefonema para a Tvi, que correu célere para casa do ainda dirigente benfiquista. Percebe-se claramente que isto é uma forma de mostrar quem manda no futebol português, quem tem contactos com a justiça e com a imprensa. Foi uma mensagem nítida que enviaram a Veiga: "nós podemos ir a tua casa com a televisão". Fez-me lembrar uma cena do filme "O Padrinho", em que põe uma cabeça de cavalo na cama de uma das personagens.
E durante toda a semana se tentou ligar esta notícia à instituição Sport Lisboa e Benfica. Foi o regalo de jornais e televisões.
Uma coisa são as acusações contra o contador de anedotas do norte, que estão directamente relacionadas com o clube a que preside; outra são as acusações contra Veiga, que nada têm a ver com o Benfica.
E mais, este "caldinho" já vem sendo preparado há algum tempo, sempre com o intuito de tentar destabilizar o Benfica. Quantas vezes foi José Veiga, desde que começou a época, referido como "o homem forte do futebol do Benfica"? Dezenas? Centenas?
Quantas vezes foi esse epíteto atribuído a Reinaldo Teles ou a Pedro Barbosa? Mais, quantas vezes apareceu o nome desses dois senhores (e aqui uso o sentido lato da palavra em relação a Reinaldo Teles) na comunicação social? De Pedro Barbosa, que eu me lembre, menos de dez, decerto. De Reinaldo Teles, umas quantas em notícias sobre o Apito Azul/Dourado, mas nunca lhe chamaram "homem forte" de nada. Talvez de casas de prostituição.

3. E, finalmente, o novo caso "João Pinto". Recordo-me de, há uns anitos atrás, os dirigentes do Sporting andarem todos inchados por terem conseguido contratar um jogador da categoria de JP a custo zero. Recordo-me também que a imprensa, de cada vez que JP marcava um golo com a camisola verde, lembrava ao país (e bem, na minha opinião) quão burros tinham sido os dirigentes benfiquistas por terem deixado sair livremente o jogador.
Mas esqueçam tudo o que ouviram e leram. Porque agora, a mesma imprensa fala em transferência do Benfica para o Sporting. Tudo porque já se constatou que o Sporting pagou mesmo cerca de 5 milhões de euros pelo atleta. Portanto, o mais fácil é meter o nome do Benfica ao barulho, assim os dirigentes leoninos já não passam por mentirosos.

Todas estas historietas da carochinha não pegam, percebem? Só mesmo com mentecaptos ou anti-benfiquistas (o 2º maior clube de Portugal). Porque eu recuso-me a comer um prato de merda só porque mo metem à frente. Recuso-me a andar na rua com umas palas nos olhos, de cada vez que mas tentarem pôr, eu tiro-as.

Só gostava que se concretizasse um sonho que tenho há muito tempo: ver o Benfica a jogar no campeonato espanhol (e mesmo assim ser capa dos jornais e abertura das televisões portuguesas). E deixar este país de merda, com pessoas mesquinhas de merda, que não compreendem e temem tudo o que é demasiado grande, porque coisas muito grandes lhes devem fazer confusão (pelo menos pela frente), atolado na sua própria merda.

Nem imagino o que deve ter passado o Infante D. Henrique quando disse que queria descobrir e conquistar novas terras...